Assembleia pode incluir Cortejo das Águas de Oxalá no calendário turístico de SP
Festa tradicional realizada em Araras, no interior de São Paulo, passou por votação na Comissão de Constituição e Justiça da Casa
Publicado 15/06/2017 - 11h48
Festa tradicional realizada em Araras, no interior de São Paulo, passou por votação na CCJ da Alesp, com resistências evangélicas
São Paulo – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou, em votação simbólica na quarta-feira (14), o Projeto de Lei 145/17, de autoria da deputada estadual Leci Brandão (PCdoB), que prevê a inclusão do Cortejo das Águas de Oxalá no Calendário Turístico do estado. A tradicional festa é realizada anualmente, geralmente no mês de janeiro, no município de Araras, a 174 quilômetros da capital, e celebra a cultura africana por meio de um festival cultural com atrações musicais, oficinas e palestras em que se debatem temas relacionados à cultura africana e o sincretismo religioso brasileiro.
O Cortejo das Águas de Oxalá é uma festa que retoma a cultura África-Brasil e alegra a população, cativando até mesmo quem não faz parte diretamente dos movimentos. O fim de semana do festival é finalizado pelo tradicional cortejo, em que os participantes seguem pelas ruas do centro de Araras até à Igreja Santa Cruz, onde fazem a lavagem da escadaria.
Aprovado na CCJ, a inclusão do evento no calendário segue para votação em outras comissões da Casa. Os deputados que apoiaram o projeto comemoraram a conquista, mas alertam para o preconceito dentro da Assembleia.
Três parlamentares se opuseram à inclusão do Cortejo das Águas de Oxalá no calendário turístico de São Paulo: Gilmaci Santos (PRB), Marta Costa (PSD) e André Soares (DEM). O primeiro é pastor evangélico e defensor da distribuição de um “kit bíblico” nas escolas estaduais. A deputada do PSD também é pastora, indicada pela Assembleia de Deus para ser a candidata da igreja à vereança em 2004. Em 2014, foi indicada pela Convenção Fraternal das Assembleias de Deus do Estado de São Paulo para disputar um cargo na Alesp. Por fim, André Soares é filho de R.R. Soares, fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus.