abuso de autoridade

Policiais da GCM de São Paulo agridem e apreendem pertences de morador de rua

Samir teve o punho quebrado, ao ser jogado ao chão com força pelos guardas. Agentes da prefeitura também levaram suas roupas, cobertores e um colchão

REPRODUÇÃO

Ação da GCM foi filmada por um estudante que passava pelo local; Corregedoria vai apurar o caso

São Paulo – Dois agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) de São Paulo agrediram e prenderam o morador em situação de rua Samir, na manhã da quarta-feira (3), próximo à estação de metrô Conceição, na zona sul paulistana. O rapaz teve o punho quebrado. 

A ação da GCM foi filmada por um estudante que passava pelo local. Segundo relato do jovem, os guardas tentavam levar um carrinho de supermercado que continha um colchão, cobertores e roupas. Ele diz que os policiais se aproximaram e disseram que os pertences de Samir seriam apreendidos, pois eram roubados. “O GCM disse: ‘você não tem nota fiscal, a gente vai levar'”, conta o estudante à Ponte Jornalismo.

Durante a ação da GCM, o morador de rua, que segundo reportagem do portal G1, começaria hoje (4) em um emprego de servente de pedreiro, foi jogado ao chão com força por um dos guardas. Depois, os dois empurram o cidadão contra a parede, torcendo seus braços para trás. Chorando, Samir diz que foi machucado e pede para não levarem seus pertences. “Não levem meus bagulhos, não, caramba. Eu não tenho nada. Me solta, por favor”, implora. Ele foi levado ao 35º DP, no Jabaquara. 

O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral Povo da Rua, diz que dará assistência à Samir e sua companheira. Em vídeo publicado no Facebook, Samir pede que seu caso crie “mais compreensão” dos agentes de segurança com a situação dos moradores de rua. “Há pessoas de bem, que não consomem drogas, que necessitam de ajuda.” 

Até a vereadora e ex-secretaria da municipal de Assistência e Desenvolvimento Social da gestão de João Doria (PSDB) Soninha Francine (PPS), divulgou uma nota contra a ação dos policiais municipais. “Imaginem do que seriam capazes se não tivesse ninguém olhando”, questiona. 

Segundo a Pontea Secretaria de Segurança Urbana da Prefeitura de São Paulo afirmou que “a Corregedoria Geral da Guarda Civil Metropolitana vai apurar a conduta dos agentes no procedimento” e que “o guarda envolvido diretamente na ocorrência será afastado das atividades operacionais”.

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