Memória

Movimento tenta barrar homenagem a Tuma em São Paulo

Projeto aprovado na Câmara Municipal acrescenta o nome do senador à Ponte das Bandeiras, na marginal Tietê, zona norte da cidade

Geraldo Magela/Agência Senado

Romeu Tuma foi delegado e diretor do Deops/SP de 1966 a 1983

São Paulo – Circula na internet um abaixo-assinado para que o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), vete projeto que acrescenta o nome de Romeu Tuma à Ponte das Bandeiras, na marginal Tietê, zona norte de São Paulo. O Projeto de Lei 22/2017, do vereador Eduardo Tuma (PSDB), sobrinho do homenageado, foi aprovado em segunda discussão em 21 de março, com votação inicial em 22 de fevereiro, após parecer favorável, conjunto, de quatro comissões temáticas.

“Romeu Tuma foi delegado e diretor do Deops/SP de 1966 a 1983, um dos principais e mais violentos órgãos da repressão durante a ditadura, marcado pela perseguição política e pela tortura, um crime imprescritível. Como se não bastasse nunca ter sido devidamente julgado ou punido, seria um absurdo ainda maior homenageá‐lo com nome de rua”, diz texto dos organizadores do abaixo-assinado, que até as 16h45 desta terça-feira (4) tinha 57 assinaturas. O objetivo é chegar a mil.

Para os contrários ao projeto, a medida, além de ser uma “total afronta” a vítimas da ditadura e seus familiares, contraria o Decreto Municipal 57.146/2016, que criou o Programa Ruas de Memória, visando exatamente a alterar nomes de logradouros públicos que tenham nome de agentes do período autoritário. São quase 40, ainda, nas ruas da capital paulista. “Também contradiz a própria Lei de Logradouros, cujo aditamento realizado pela Lei 15.717/13 permite alterar as denominações atuais em caso de violadores de direitos humanos ou pessoas que cometeram crimes de lesa‐humanidade.”

Romeu Tuma, que exerceu dois mandatos como senador por São Paulo, morreu em 26 de outubro de 2010, aos 79 anos. Pretendia disputar novamente uma vaga no Senado. Paulistano, ele era formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo. Depois do Dops, de 1983 a 1992, foi diretor-geral da Polícia Federal.

 

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