Cidade sustentável

População dá nota 3,7 para a qualidade de vida na cidade de São Paulo

Estudo realizado pela Rede Nossa São Paulo também revela que 90% dos pesquisados são a favor de plebiscito para decidir sobre grandes obras e 54% aprovam o aumento da velocidade nas marginais

Marcelo Camargo/ABr

Pesquisa pretende influenciar nas políticas públicas que melhorem a qualidade de vida da capital paulista

São Paulo – A edição especial da pesquisa Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município (Irbem) revela que os paulistanos dão nota 3,7 para a qualidade de vida na cidade – os pesquisados deram notas de 1 a 10 para cada um dos 71 itens abordados, distribuídos em 17 áreas temáticas. Ao todo, foram entrevistadas 1.001 pessoas, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.   

O estudo foi divulgado hoje (24) pela Rede Nossa São Paulo, com o objetivo de subsidiar a gestão do prefeito João Doria (PSDB) a elaborar o plano de metas 2017-2020, que deve ser apresentado pelo Executivo até o dia 31 de março.

“O sucesso de uma gestão é o nosso sucesso. Nosso partido é a sustentabilidade e uma cidade melhor para todos”, disse Oded Grajew, coordenador-geral da Rede Nossa São Paulo e presidente do conselho deliberativo da Oxfam Brasil.

As cinco áreas melhor avaliadas são, pela ordem: cultura (nota 4,4); esporte (4,3); tecnologia da informação (4,1); aparência e estética (3,9); e juventude (3,9). Embora sejam as áreas com melhores notas, todas ficaram abaixo da nota média de 5,5 estabelecida pela pesquisa.

Por outro lado, as cinco áreas pior avaliadas são, também pela ordem: transparência e participação política (nota 2,7); desigualdade social (3); assistência social (3,1); transporte/trânsito (3,3); e habitação (3,4).

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Proximidade de cinema, centros culturais, teatros e bibliotecas colocou a cultura no primeiro lugar

Com relação aos itens com melhor nível de satisfação (notas superior ou igual a 4), dentre os 71 avaliados, a pesquisa indica, pela ordem: as campanhas de vacinação; a coleta seletiva no bairro; a proximidade de postos de saúde/Unidade Básica de Saúde/Assistência Médica Ambulatorial; a proximidade de cinemas; e a oferta e qualidade da coleta de esgoto em sua casa.

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Os 19 aspectos com maior nível de satisfação da população de São Paulo

Em contraposição, os quatro itens com menor satisfação (nota até 2,5) são, nesta ordem: forma de participação na escolha dos subprefeitos; transparência dos gastos e investimentos públicos; tempo médio entre a marcação e a realização de procedimentos mais complexos na área de Saúde; e punição à corrupção.

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Dos quatro itens com menor nível de satisfação, três se referem a transparência e participação política

População quer plebiscito

A pesquisa Irbem 2017 perguntou a opinião dos entrevistados sobre temas considerados polêmicos na cidade, como a realização de plebiscito para a construção ou não de obras com orçamento elevado ou de grande impacto social e ambiental. Neste tema, 90% dos pesquisados se posicionaram a favor da realização de plebiscito e 8% disseram ser contra.

Perguntados sobre a possibilidade de maior autonomia e participação das subprefeituras na gestão dos serviços públicos, 84% responderam concordando com a proposta e 9% se posicionaram contrários à ideia.

Outro ponto sensível avaliado pelo estudo se referiu à proposta de aumentar o preço da gasolina para reduzir o valor da tarifa de ônibus, possibilidade sempre considerada quando se discute o tema do subsídio ao transporte público na cidade: 62% disseram ser contrários à medida e 29%, a favor. Já com relação à inspeção veicular ambiental, 50% são favoráveis e 43%, contrários.

Mobilidade urbana

Talvez um dos principais temas alvo de discórdia em São Paulo, o aumento da velocidade máxima nas marginais da cidade é aprovado por 54% da população e reprovado por 41%, segundo o estudo Irbem 2017. Quando analisado o perfil de quem é favorável, destacam-se os que raramente usam ônibus, quem usa automóvel diariamente ou quase todos os dias, os homens, os que têm entre 45 e 54 anos e os que têm ensino superior. O perfil dos que são contrários ao aumento da velocidade é composto por pessoas que raramente usam automóveis, as mulheres e os que têm 55 anos ou mais.

Sempre debatido na cidade, o tempo despendido para ir e voltar ao trabalho também foi objeto da pesquisa. Segundo o estudo, 44% dos entrevistados levam até duas horas para ir e voltar do trabalho diariamente. Na média geral, o tempo gasto neste deslocamento é de 1h46. A média entre os usuários frequentes de ônibus e carro ficou praticamente igual: 1h47 para quem opta pelo transporte público e 1h45 para quem escolhe o veículo pessoal.

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