Fiscais fazem ato por prisão de condenados pela chacina de Unaí
Mandantes receberam sentença de prisão em 2015, mas recorrem em liberdade
Publicado 24/01/2017 - 07h48
Auditores e motorista foram mortos em 2004 quando investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas na cidade mineira de Unaí. Responsáveis ainda estão em liberdade
São Paulo – Auditores-fiscais do trabalho fazem manifestação nesta quarta-feira (25), a partir das 10h, em Brasília, para cobrar a prisão dos condenados pela chamada chacina de Unaí (MG), ocorrida em 28 de janeiro de 2004, quando quatro servidores do Ministério do Trabalho foram assassinados a tiros. O ato público será realizado diante do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).
Os julgamentos ocorreram em outubro e novembro de 2015, mais de 11 anos depois dos crimes. Entre os condenados, está o ex-prefeito de Unaí Antério Mânica, que teve pena de 100 anos de prisão – descontado o período em que ficou detido, o tempo caiu para 99 anos, 11 meses e quatro dias. Por ser réu primário, ele pôde recorrer em liberdade, assim como outros condenados, incluindo o fazendeiro Norberto Mânica, irmão de Antério.
“Passaram-se treze anos. Os mandantes já foram condenados, mas estão em liberdade. Não podemos deixar que a impunidade se perpetue em um caso que representou uma afronta ao Estado brasileiro, tirando a vida de quatro servidores durante o exercício da função”, diz o presidente do Sinait (sindicato nacional dos auditores-fiscais), Carlos Silva.
Também na quarta, às 15h, o sindicato faz manifestação no saguão do edifício-sede do Ministério do Trabalho, pelo Dia do Auditor-Fiscal do Trabalho e pelo Dia e Semana do Combate ao Trabalho Escravo. Essas datas foram criadas em homenagem aos servidores assassinados em Unaí – três fiscais e um motorista do ministério.
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