Contra o golpe

Manifestações pelo país enquanto Senado ouve Dilma

Veja imagens de manifestações contra o impeachment promovidas por movimentos sociais em algumas capitais nesta segunda-feira. Em São Paulo, PM dispersou com bombas no momento em que ato tomava corpo

Fotos: Mídia Ninja

Em Brasília, manifestantes se concentraram em acampamento próximo ao estádio Mané Garrincha e caminharam até a Esplanada dos Ministérios

Brasília – A frente do Congresso Nacional deve concentrar milhares de pessoas na noite de hoje (29) em um protesto contra o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Desde o início da manha, a presidenta faz sua defesa no Senado.

Segundo policiais militares, perto de 2 mil pessoas participam de passeata que saiu por volta das 18h da Torre de TV, no centro de Brasília, em direção à Esplanada dos Ministérios, e esse número só aumenta. O grupo tem previsão de percorrer toda a Esplanada dos Ministérios até por volta das 21h ou 22h e ficar concentrado em frente ao Congresso.

O início do dia foi marcado por entrega de rosas a Dilma no Palácio da Alvorada e por um ato em frente ao Palácio da Justiça, ao lado do Congresso. O movimento desta noite, será integrado, aos poucos, por movimentos sociais que preferiram se concentrar ao longo do dia em locais diversos, como nas cidades de Paranoá, Planaltina e Ceilândia.

Os manifestantes contaram que muitos deles partiram só no período da tarde, em ônibus, para preencher espaços em frente à Rodoviária do Plano Piloto, o Museu da República e uma área ao lado do ginásio de esportes Nilson Nelson, reservada para pessoas chegadas de outros estados.

Participam da manifestação representantes do PT-DF, da CUT Nacional e do DF, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), União Nacional dos Estudantes (UNE) e muitos servidores públicos.

‘Coragem’

“Não é todo dia que uma mulher tem coragem de ir ao Senado enfrentar um público composto majoritariamente de homens brancos, ricos e comprometidos. Estamos nos mobilizando para demonstrar, mais uma vez, o nosso apoio”, ressaltou a vice-presidenta da CUT, Carmem Foro.

“Zoaram o dia inteiro que só tinham 350 manifestantes na Esplanada dos Ministérios durante a manhã. Sabemos que a mobilização é menor que a vista nos meses anteriores, que os patrocínios estão diferentes e não dá para ajudar na locomoção e transporte de todo o pessoal. Mas a verdade é que muita gente preferiu ficar concentrado nas cidades-satélite para ver o discurso da presidenta Dilma da TV em pontos diferentes”, explicou o estudante de Direito da Universidade de Brasília (UnB) Marcelo Oliveira. “Nossa luta é a mesma, até mais intensa. E não mudou porque não viemos em massa durante a manhã. Agora é que vamos juntar todo mundo”, afirmou.

Dentre os que vieram nos ônibus que estão acampados na área do Nilson Nelson estão filiados ao Sindicato dos Comerciários de São Luís e trabalhadores rurais do Pará.  O feirante Edmilson Albuquerque, do Maranhão, se adiantou e já chegou à Esplanada. “Entendemos as dificuldades que todos tiveram, mas fizemos questão de vir até Brasília por conta própria”, afirmou ele, que disse ser a segunda vez, ao lado da mulher Iraíldes Silva Albuquerque, que visita a capital do país. Vieram acompanhar a votação do impeachment (onde ficam até sexta-feira) e em janeiro de 2015, para assistir à posse do segundo mandato de Dilma. “Aproveitamos que temos parentes morando na cidade”, contou.

“Mesmo que consideremos importantes todas estas manifestações, sabemos que a força contra o impeachment tem que partir de dentro do Congresso”, destacou a senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

A previsão dos parlamentares é de que a sessão com interrogatório dos senadores a Dilma Rousseff seja encerrada por volta das 23h. A própria presidenta afastada já afirmou que prefere que os trabalhos entrem pela madrugada, se for o caso, contanto que sejam encerrados de vez.

Mas o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, ressaltou que caso o cansaço não permita a continuidade dos trabalhos noite adentro, pode encerrá-los por volta das 21h30 para que tenham continuidade amanhã. Se isto acontecer, o início da votação do impeachment propriamente será adiado para o início ou final da tarde.

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Em Brasília, manifestantes se concentraram em acampamento próximo ao estádio Mané Garrincha e caminharam até a Esplanada dos Ministérios

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Em Brasília, manifestantes se concentraram em acampamento próximo ao estádio Mané Garrincha e caminharam até a Esplanada dos Ministérios

Rio de Janeiro

Em manifestação na noite desta segunda-feira no Rio de Janeiro, as pessoas saíram da Igreja da Candelária, onde ficaram concentrados desde o meio da tarde, e seguiram pela Avenida Rio Branco. Participaram representantes de centrais sindicais, entidades estudantis e de movimento sociais. Os manifestantes, apoiados por um carro de som, seguiram até a Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde ocuparam as escadarias para ouvir os discursos de apoio à presidenta e contra o atual governo.

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No Rio de Janeiro, o protesto anti-impeachment se concentrou na Candelária
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No Rio, a manifestação também pede a saída do governo interino
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Em Florianópolis, manifestantes pedem a saída do governo interino
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Manifestantes enfrentam a chuva para se reunir contra o golpe no centro de Porto Alegre

Com informações da Agência Brasil

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