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PM reprime segundo ato contra reajuste de tarifas em São Paulo

Polícia lança mão de espancamento, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha para dispersar manifestação que queria sair em passeata até o Largo da Batata, em Pinheiros

Rodrigo Gomes

Manifestantes tentam forçar saída sentido Rebouças, mas PM segura com motos e Tropa de Choque

São Paulo – Depois de ser cercado pela polícia, o segundo ato contra o aumento das passagens do transporte coletivo para R$ 3,80 em São Paulo, promovido pelo Movimento Passe Livre (MPL), foi duramente reprimido pela Polícia Militar na avenida Paulista. O conflito começou com a decisão da PM de não deixar a manifestação seguir para o Largo da Batata, em Pinheiros. O comando da operação policial queria que a manifestação seguisse para a Praça da República, no centro da cidade. As forças policiais adotaram o espancamento e balas de borracha para reprimir a manifestação.

Diversos manifestantes foram feridos. Pedro Alexandre de Brito diz que não houve violência por parte dos manifestantes. Segundo ele, a mobilização foi cercada e atacada. Várias pessoas entraram em prédios para tentar se proteger. Mesmo manifestantes que ficaram com as mãos para cima diante da PM foram agredidos.

O manifestante Gabriel Feitosa afirmou que “a polícia promove o ódio, reprimindo jovens com violência”. Comércio e Metrô foram fechados. Pessoas que não participavam do ato também foram feridas por estilhaços de bombas.

Já no início da mobilização, nesta tarde, os manifestantes foram cercados pela polícia. Policiais da Rota, com metralhadoras, e da Tropa de Choque, com armas de balas de borracha, começaram a intimidar os manifestantes.

A pista da Paulista no sentido Paraíso foi interditada pela polícia. E os dois sentidos da avenida foram resguardados por forte contingente policial. Houve também mobilização da polícia na rua da Consolação, no sentido da avenida Rebouças.

Concentração do ato

O representante do MPL Vitor Quintilliano disse no início da manifestação que esperava que a PM permitisse que o ato tivesse começo, meio e fim e que não fizesse como na sexta-feira (8), reprimindo a mobilização. “É evidente que a PM veio para sufocar e intimidar as pessoas que participam do ato”, afirmou.

Laura Viana, também do MPL, disse que os ativistas se organizaram para tentar evitar a desmobilização dos manifestantes, após o início do conflito. “Repressão a gente tem certeza que vai ter, mas espero que a gente consiga passar pela repressão de uma forma que não conseguimos na sexta-feira, porque acabamos nos desmobilizando muito rápido e agora queremos tentar evitar isso”, afirmou hoje (12) à Rádio Brasil Atual.

O MPL afirma que vai se manter mobilizado até que haja revogação do aumento. O ato reúne entre 3 mil e 4 mil pessoas. A operação policial é comandada pelo tenente coronel André Luiz.

Com informações do repórter Rodrigo Gomes

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