transporte público

Secretário diz não ter informações sobre atos contra reajuste de tarifas

Jilmar Tatto cita passe livre a estudantes e 'avanços' em mobilidade para minimizar manifestações contra a tarifa promovidas pelo Movimento Passe Livre desde o anúncio de reajuste para R$ 3,50

Montagem com fotos de MPL, Danilo Ramos e Folhapress

MPL promoveu protestos nos dias 9, 16, 20, 23, 27 e 29 de janeiro, contra o reajuste da tarifa de R$ 3 para R$ 3,50

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"Responsabilidade do administrador é não comprometer outras áreas, como saúde e educação”, disse Tatto

 

São Paulo – O secretário municipal de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, afirmou hoje (30) que não acompanha e desconhece o grau de participação nas manifestações contra o reajuste das tarifas de ônibus, trem e metrô organizadas pelo Movimento Passe Livre (MPL) em regiões variadas da cidade. Desde o último dia 9 já foram realizados seis atos. “Não estou acompanhando, não sei quantos têm ido, não sei quem são”, disse o secretário, durante vistoria das obras da ciclovia da Rua Amaral Gurgel, nos baixos do Minhocão, na região central.

Tatto afirmou que projetos como o dos corredores de ônibus e do Passe Livre Estudantil – que garante gratuidade para alunos da escola pública e para os de estabelecimentos particulares que tenham baixa renda – têm dado notoriedade à cidade pelos avanços na mobilidade. Ele também destacou o fato de o Bilhete Único Mensal não ter sofrido o reajuste que, no último dia 6, elevou as tarifas de R$ 3,00 para R$ 3,50.

“O transporte público já tem muito subsídio. Temos dado saltos de qualidade para a população, importantes. Mas é responsabilidade do administrador não comprometer outras áreas, como saúde e educação”, disse o secretário.

Nas ruas

O Movimento Passe Livre realizou ontem (29) o 6º ato deste ano contra o reajuste. A marcha saiu do Masp, na Avenida Paulista, tendo como principal destino a casa do prefeito Fernando Haddad, na região do Paraíso. O MPL afirma que 5 mil pessoas participaram da manifestação; a Polícia Militar fala em 1 mil.

O protesto seguiu pela Avenida Paulista, no sentido Paraíso, até chegar à residência do prefeito, na Rua Afonso de Freitas. Os manifestantes pretendiam entregar o troféu “catraca de ouro” a Haddad. A PM isolou a área, e segundo a assessoria do prefeito, no momento do ato Haddad estava na prefeitura, no centro.

Na sequência, os manifestantes fecharam uma pista da avenida 23 de Maio, sentido zona sul, e encerraram o ato na Assembleia Legislativa, no Ibirapuera. O protesto terminou sem confronto com a polícia.

Os primeiros atos do MPL deste ano foram marcados por forte repressão policial, enquanto nos últimos três, incluído o da quinta-feira (29), os abusos policiais foram direcionados para os momentos em que os manifestantes deixavam os protestos e se dirigiam em grande número às entradas de estações do Metrô.

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Na terça (27), policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo no interior da estação Faria Lima, na linha 4 Amarela (foto acima, Julia Chequer/Folhapress). A ação foi considerada “desnecessária” pelo próprio secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre de Moraes. “A regra permite excepcionalmente a utilização (de bombas de gás dentro de estações). Nós vamos pedir para o comandante apurar porque eu também vi o vídeo e não achei necessário o lançamento de bombas de gás no metrô”, disse.

Mais ar-condicionado

A São Paulo Transporte (SPTrans), gerenciadora dos ônibus municipais de São Paulo, divulgou hoje pesquisa apontando que a nova diretriz da prefeitura prevendo ar-condicionado nos ônibus é aprovada por 85,3% dos passageiros. Atualmente, 60 ônibus possuem sistema de refrigeração, o que representa 1% do total da frota, que é de 15 mil veículos. Segundo a SPTrans, até o fim do verão, pelo menos 110 ônibus terão o dispositivo.

De acordo com o levantamento, 85,3% consideraram que o equipamento faz com que a viagem seja mais confortável, enquanto 14,3% disseram que o ar não funciona direito.

A pesquisa foi feita por amostragem em quatro linhas das zonas sul e oeste. Na mesma pesquisa, 72% dos entrevistados disseram que gostariam que mais ônibus tivessem ar-condicionado.

Determinação de que os ônibus devem contar com sistema de refrigeração, publicada no dia 22 passado, não menciona o prazo para que os ônibus se adaptem. A regulamentação estará prevista no edital da nova licitação de ônibus, que, segundo o secretário Jilmar Tatto, deve ser feita entre fevereiro e março.

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