remoção de moradias

Após protesto, representante afirma que Metrô vai definir indenizações até o fim do mês

Remanescentes das comunidades removidas pelas obras da Linha 17 do Metrô querem definição sobre indenização a que têm direito para deixar suas casas entre os escombros da comunidades

Danilo Ramos/Arquivo/RBA

Moradores remanescentes têm de conviver com o entulho das moradias já demolidas

São Paulo – Moradores das favelas do Comando e do Buraco Quente, na região do aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, conseguiram hoje (15) o compromisso da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) de resolver a situação das famílias que ainda vivem na área das comunidades até o próximo dia 31 de julho. Segundo o líder comunitário Geilson Arruda, essas famílias fogem aos parâmetros do que a companhia esperava encontrar no local. Ele afirma que o acordo foi firmado após protesto das famílias, em frente à sede da empresa, na região da Consolação, centro da capital.

“Alguns moradores mantinham comércios na comunidade. Outros não se enquadram na faixa de renda considerada de situação de vulnerabilidade social, por exemplo. Com isso eles foram sendo deixados para o final, mas a situação se tornou insustentável”, disse Arruda. Ao não se enquadrar na vulnerabilidade, as famílias não teriam direito à indenização nem à inclusão em programas de moradia da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU).

As pessoas que mantinham comércios reclamam que têm recebido propostas de indenização muito inferiores às demais. E também existe a situação de núcleos familiares diferentes que vivem sob o mesmo teto. A quantia oferecida, segundo Arruda, não é suficiente para que cada família compre uma casa. Na maior parte dos casos, nem para uma casa que caiba todo mundo.

As favelas do Buraco Quente e do Comando começaram a ser removidas em outubro do ano passado, por conta das obras da Linha 17 – Ouro do Metrô paulista, que vai ligar o aeroporto de Congonhas ao bairro do Morumbi e à estação Jabaquara da Linha 1 – Azul da companhia. A CDHU informou que as famílias teriam possibilidade de escolher entre indenização e auxílio-aluguel, com posterior destinação para moradias definitivas. Mas a obra ainda está em fase de projeto.

As famílias que permaneceram convivem com ratos e insetos que se proliferam nos escombros das casas removidas. Cansados de meses de indefinição, os moradores já não querem mais permanecer no local, como reivindicavam em outubro do ano passado, quando denunciaram estar sendo coagidas pelo governo de São Paulo. “Queremos uma indenização justa para que essas pessoas possam ir para uma moradia digna, e não para que sejam empurradas para outras comunidades, em locais mais longe, onde viverão pior do que já vivem”, afirma Arruda.

O retorno sobre a situação será dado em reunião entre moradores e Metrô, no dia 31, às 10h, na sede do Ministério Público Estadual de São Paulo, com mediação do promotor de Habitação e Urbanismo Maurício Ribeiro Lopes, que acompanha o desenrolar do processo de remoção das famílias.

O Metrô de São Paulo não se manifestou sobre o compromisso.

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