Crime em Unaí

Primeiro réu da chacina de 2004 deve ser julgado no final de agosto

Apontado como pistoleiro deverá ir a júri em Belo Horizonte

A morte de três fiscais e um motorista em 2004 continua impune (Foto: José Cruz. Arquivo ABr)

São Paulo – Nove anos e sete meses depois, o julgamento da chamada chacina de Unaí deve enfim começar. O Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, em Minas Gerais, confirmou o júri de um dos réus, Rogério Alan Rocha Rios, para a “data provável” de 27 agosto. Apontado como um dos autores dos disparos que mataram três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho e Emprego, ele irá a julgamento na 9ª Vara Federal em Belo Horizonte. O crime ocorreu em 28 de janeiro de 2004.

Originalmente, o processo tinha nove réus, entre mandantes, organizadores e executores do crime. Um morreu e outro teve o crime prescrito. O caso de Rogério Rios, tido como um dos pistoleiros e preso desde julho de 2004, foi desmembrado do processo principal, para o qual ainda não há previsão de júri.

Em janeiro, a juíza Raquel Vasconcelos Alves de Lima, da 9ª Vara, havia declinado de sua competência para o julgamento e determinado a remessa dos autos para a comarca de Unaí. O Ministério Público Federal recorreu da decisão, e o Superior Tribunal de Justiça reafirmou que o caso deveria ser julgado em Belo Horizonte.

Hoje (6), durante audiência pública no Senado, a presidente da Comissão de Direitos Humanos da Casa, Ana Rita (PT-ES), criticou a demora no andamento do processo. “Até hoje, os assassinos e mandantes não foram julgados. O primeiro julgamento só deve acontecer em agosto. A gente espera que a justiça seja feita”, declarou. O relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), deu parecer favorável. “Se essa PEC for modificada aqui no Senado, terá de retornar à Câmara dos Deputado. E aí só Deus sabe quando ela será aprovada. Talvez mais dez anos.”

De acordo com relato da diretora da Organização Internacional do Trabalho (OIT) no Brasil, Laís Abramo, aproximadamente 21 milhões são vítimas de trabalho forçado em todo o mundo. “Em pleno século 21, cresce as situações de trabalho forçado no mundo inteiro. A situação não está apenas nos setores informais de nações em desenvolvimento, mas nas cadeias produtivas de grandes empresas de países centrais”, afirmou.

Com informações da Agência Senado

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