Sem teto de Salvador aguardam por ‘minha casa, minha vida’ da prefeitura
Ocupação da Guerreira Ninha espera por projeto, antes de reintegração de posse do terreno
Publicado 04/01/2011 - 16h55
São Paulo – Cerca de 70 famílias sem teto, da ocupação Guerreira Ninha, no bairro de Plataforma (Salvador), aguardam por uma ação definitiva que possa sair da reunião, na próxima sexta-feira (7), entre o Movimento dos Sem-Teto da Bahia (MSTB), Ministério Público (MP-BA), Secretaria de Habitação e Polícia Militar. Neste dia, se discutirá a iminente reintegração de posse que poderá ocorrer já na próxima semana.
Segundo Pedro Cardoso, um dos coordenadores do MSTB, o grupo irá cobrar projetos para habitação. “Nosso desejo é de que o governo possa comprar o terreno para que nele possam ser construídos prédios para moradia social, ou até mesmo estender para o nosso caso o Minha Casa Minha Vida”, declarou.
Na primeira quinzena de dezembro, o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ) concedeu liminar favorável à empresa proprietária do terreno, a Fagip. A retirada das famílias do local havia sido planejada para o dia 17 de dezembro, mas foi adiada devido ao recesso de final de ano dos órgãos responsáveis.
Cardoso acredita que a Fagip não deve abrir para alguma possível negociação. “O Tribunal já deu para eles um parecer favorável e não acho que se darão ao trabalho de comparecer”, disse.
Caso não haja uma proposta, segundo ele, o destino das famílias não deve positivo. “A triste realidade é que vamos ser obrigados a fazer outra ocupação e vamos rodar em círculos”.
Novas famílias
Algumas famílias que estavam na ocupação da Baixa dos Sapateiros agora também aguardam seu futuro no Guerreira Ninha. O deslocamento ocorreu após um incêndio no dia de Natal, que desabrigou 37 famílias.
Após o acidente, alguns moradores voltaram a ficar no prédio e foram aconselhados pela Defesa Civil de Salvador (Codesal) a se retirarem. Outras famílias voltaram às ruas ou se espalharam por ocupações do MSTB, inclusive a Guerreira Ninha.
Segundo Cardoso, isso só reforça a urgência por uma proposta da Prefeitura. “As famílias não têm para onde ir e muitas pessoas ali não têm parentes que possam se apoiar. Caso não existam soluções favoráveis também para os sem teto, todos vamos perder”, pontuou.