Pesquisa revela que 7,3% dos brasileiros já foram vítimas de roubo ou furto

Estudo divulgado pelo IBGE mostra também que a população brasileira se sente mais segura em casa

São Paulo – Cerca de 11,9 milhões de pessoas, ou 7,3% da população brasileira, foram vítimas de roubo ou furto (subtração de bens sem ameaça de violência) entre setembro de 2008 e setembro de 2009, de acordo com estimativa de pesquisa divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad).

Durante o período, o percentual de pessoas furtadas (3,9%) superou o de vítimas de roubo (3,7%), sendo que 441,4 mil passaram pelas duas situações. A maioria dos episódios de roubo ocorreu em vias públicas (70,5%) e de furto, em casa (47,6%). Os objetos mais levados, nos dois tipos de crime, foram telefones celulares, dinheiro, cartão de crédito ou cheque.

A pesquisa Características da Vitimização e do Acesso à Justiça no Brasil 2009 também destaca que as regiões Sudeste e Sul registraram os menores percentuais de vítimas de roubo ou furto no país, 6,7% e 6,8%, respectivamente. Já no Norte e no Centro-Oeste, as proporções foram as mais altas, de 9,9% e 8,8%.

Entre as vítimas, a maioria era formada por pessoas entre 16 e 34 anos, homens, com renda domiciliar per capita de cinco salários mínimos ou mais. Nessa faixa, 11,6% dos brasileiros passaram por um furto ou um roubo. Na classe de menor rendimento (um quarto de salário mínimo), o percentual foi de 4,7%.

Depois do episódio de violência, também ficou constatado que as pessoas procuram a polícia. Do total de vítimas de roubo, 90,2% registraram ocorrência. No caso de furto, esse índice é de 89,9% das de furto. A principal justificativa de quem não procurou uma delegacia foi o fato de “não acreditar na polícia”, conforme alegaram 36,4% dos entrevistados.

Há 21 anos o IBGE investigou pela primeira vez o perfil das vítimas de violência com mais de 10 anos de idade no país. No período, aumentou de 5,4% para 7,3% o percentual de pessoas que foram roubadas ou furtadas.

Segurança

A população brasileira se sente mais segura em casa, onde 60% dos moradores declararam usar algum dispositivo de segurança, revelou a pesquisa do IBGE. O documento mostra que à medida que o cidadão se afasta do lar, mais temeroso fica.

O levantamento foi realizado nos 12 meses anteriores a setembro de 2009 e entrevistou pessoas com mais de 10 anos. Além de informações sobre vitimização e justiça, como perfil das vítimas de agressão, o estudo investigou a sensação de proteção em relação ao local de domicílio dos brasileiros e os equipamentos de segurança mais utilizados nas residências.

A pesquisa revela que 78,6% da população, estimados em 127,9 milhões de pessoas, sentiam-se seguros no local de moradia, onde estavam instaladas grades nas portas ou nas janelas de 35,7% dos lares. No mesmo bairro, fora de casa, o percentual de segurança foi declarado por 67,1% dos entrevistados e na cidade, um pouco mais da metade se sentia segura: 52,8%.

A pesquisa também constatou diferenças em relação à sensação de segurança entre moradores de áreas urbanas e rurais. Os residentes no campo se sentem mais protegidos em suas cidades: 69,3% ante 49,7% dos moradores de centros urbanos. Esses, por sua vez, usam mais dispositivos de segurança em casa, com exceção do cachorro, que está em 10% das casas da zonas rurais.

“O sentimento de que é possível sofrer violência aumenta nas regiões metropolitanas. Isso faz com que as pessoas se protejam mais, com grades, olho mágico, fechaduras especiais, ou seja, tentam se proteger de alguma forma”, informou o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo.

Entre as regiões do país, o percentual da sensação de segurança variou. No Norte, as pessoas se sentem menos seguras que nas demais regiões (no domicílio 78,6%, no bairro 59,8% e 48,2% na cidade). Por outro lado, no Sul, os percentuais são de 85,9%, 72,6% e 60,5%, respectivamente.

De acordo com o IBGE, homens, jovens e pessoas com renda domiciliar mensal per capita mais elevada se sentem mais seguros que os demais na cidade onde vivem.

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