Metade dos assentados tem acesso ao Pronaf e 64% a crédito para material de construção, diz pesquisa

Agricultura familiar em assentamentos ganha mapa do Incra (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – Arquivo) Brasília – Mais da metade dos assentados em programas de reforma agrária no Brasil tem acesso […]

Agricultura familiar em assentamentos ganha mapa do Incra (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil – Arquivo)

Brasília – Mais da metade dos assentados em programas de reforma agrária no Brasil tem acesso a créditos específicos para pequenas propriedades. Os dados são da pesquisa de Avaliação da Qualidade dos Assentamentos, Produção e Renda, divulgada na terça-feira (21) pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Das famílias entrevistadas, têm acesso ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) 52%, dos quais 64% pagam as prestações em dia. Parcela ainda maior (62%) já recebeu crédito de apoio, fomento ou para aquisição de material de construção. Segundo dados do Incra, nos últimos oito anos, 394 mil moradias foram construídas ou reformadas com esse tipo de financiamento.

Foram feitas 16.153 entrevistas, com representantes de todas as 804.867 famílias assentadas de 1985 a 2008. Todos os 26 estados do país estão incluídos. Coordenada pelo Incra e com a consultoria de pesquisadores das Universidades Federais do Rio Grande do Sul (UFRGS) e de Pelotas (UFPel), a pesquisa foi realizada entre os meses de janeiro e outubro deste ano.

A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. “Este certamente é um retrato fiel da realidade atual no meio rural brasileiro”, afirmou presidente do Incra, Rolf Hackbart.

Os assentados mostram-se satisfeitos com o tamanho do lote (58,5%) e com a fertilidade do solo (52,7%). Mais de dois terços (68%) dizem ter conhecimentos de técnicas de produção entre “razoável” e “ótimo”. Os dados foram levantados em 1.161 assentamentos.

O trabalho apontou que 70% das moradias possuem mais de cinco cômodos e 76% possuem algum tipo de tratamento de dejetos. Porém, apenas 1% acessam a rede de esgotamento sanitário. Em resposta ao questionário, 79% das famílias informam acesso suficiente à água. Porém, na região Nordeste a pesquisa indica que ainda existem 35% de famílias assentadas com acesso insuficiente ao bem.

As vias que dão acesso às propriedades são motivo de descontentamento para 57% dos entrevistados, sendo que as piores condições estão no Norte (65%) e no Nordeste (64%). Segundo o Incra, o cenário é resultado de condições ambientais são difíceis e as parcerias institucionais com municípios são mais restritas, embora o órgão afirme ter recuperado 52 mil quilômetros de estradas.

Outro problema para os agricultores diz respeito ao acesso à saúde, já que 56% dizem estar descontentes com a questão. Nesse item, no Norte e Nordeste também há maior insatisfação, segundo o estudo.

Em relação à educação, 84% são alfabetizados – 69% cursaram entre a primeira e a nona séries do ensino fundamental. Apenas 6% alcançaram o ensino médio, e 0,56% possuem graduação superior. O estudo mostra que 86% das crianças estão matriculadas em escolas. Do total da população assentada, 43% tem até 20 anos.

Produção e consumo

A principal fatia da produção é de alimentos como leite, milho e feijão. No caso deste último, 85% dos produtores de Santa Catarina e Ceará cultivam o grão e metade planta milho.

Dois em cada três assentados participam de associações ou cooperativas. Dos entrevistados, 51,9% dizem que participam “frequentemente” das reuniões, enquanto 16% dizem participar “regularmente”. Apenas 0,04% destaca que não participa das reuniões.

Uma vez assentados, muitos conseguiram comprar bens e equipamentos. Na comparação entre o que tinham antes e o que têm atualmente, triplica o número de entrevistados que compraram celulares, motocicletas, antenas parabólicas e fornos microondas. Apenas 2,8% possuem computador e 0,9%, acesso à internet.

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Com informações de Brasília Confidencial

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