Desigualdade impede desenvolvimento humano na América Latina, avalia Pnud

Coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Flávio Comim, divulga o relatório (Elza Fiúza/ABr) Brasília – Os altos índices de desigualdade registrados na América Latina e no […]

Coordenador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Flávio Comim, divulga o relatório (Elza Fiúza/ABr)

Brasília – Os altos índices de desigualdade registrados na América Latina e no Caribe impedem uma melhora no desenvolvimento humano dos países. A conclusão é do primeiro relatório de desenvolvimento humano para a região, publicado nesta sexta-feira (23) pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).

A América Latina e o Caribe formam a região mais desigual do mundo, onde estão dez dos 15 países com maior diferença entre ricos e pobres. O Brasil aparece em terceiro lugar no ranking da região, atrás da Bolívia e do Haiti.

De acordo com o coordenador do relatório sobre o desenvolvimento humano no Brasil, Flávio Comim, o grande desafio consiste em criar políticas públicas com foco na desigualdade, no lugar de considerar a redução da distância entre pobres e ricos uma mera consequência de ações.

O documento do Pnud alerta que a desigualdade, sobretudo na América Latina e no Caribe, é algo herdado, que passa de geração em geração. Ela pode ser transferida, por exemplo, por meio do nível de educação dos pais – capaz de determinar, na maioria dos casos, o dos filhos, e assim por diante.

Fatores como políticas abusivas de cobrança de impostos também entram na lista. Os mais pobres, segundo o coordenador do Pnud, não geram em seus filhos aspirações de ir mais adiante, mas o sistema político também tem responsabilidade na reprodução da desigualdade, uma vez que, proporcionalmente, pessoas de baixa renda pagam mais impostos que os de alta renda.

“Para acabar com ciclo vicioso, é preciso ter educação de qualidade, harmonizar oportunidades e possibilidades de se distanciar da pobreza e da miséria, articular tudo isso com políticas de gravidez na adolescência, com uma reforma fiscal na qual não somente se cobra mais das pessoas ricas mas se devolve os impostos, em forma de serviços, aos mais pobres”, explicou o coordenador do Pnud.

Programas de transferência de renda como o Bolsa Família são citados pelo Pnud como um importante esforço para melhorar os gastos, já que resultam em uma melhor distribuição de renda.

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