preso político

Prisão de Lula é mais uma manobra do entreguismo do patrimônio nacional

Lula representa um projeto popular nacional depois de dois mandatos e um legado que vai muito além da redução da fome no Brasil

RICARDO STUCKERT

Brasil, na era Lula, foi um países dos mais respeitados do mundo. Por isso somos todos Lula

Feito preso político pelo golpe de 2016, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já é um personagem da história, mas um personagem presente, ativo, capaz de fazer ainda mais história e de continuar a transformação que iniciou no País em 2003. Lula é uma ideia. Uma ideia viva. Mesmo encarcerado em Curitiba, conta com o apoio de grande parte dos brasileiros que não esquecem seu legado e hoje estão a seu lado. Lula é candidato às eleições deste ano caso não ocorra nova violência institucional. É um grande desafio, mas ele está disposto a enfrentá-lo.

Lula representa um projeto popular nacional depois de dois mandatos e um legado que vai muito além da redução da fome no Brasil. O programa de governo de Lula tirou mais de 40 milhões de famílias da linha da pobreza e milhões também ascenderam à classe média consumidora. Apresentou um aumento real no salário mínimo de inacreditáveis 13,04%. Pagou a dívida externa do país. Facilitou créditos, gerou empregos, colocou o Brasil no cenário mundial como nunca antes.

Esses brasileiros passaram a se alimentar mais e melhor, a comprar automóveis e eletrônicos, a viajar nas férias e a realizar o sonho da casa própria. O Brasil passou de caloteiro internacional a grande voz dentre os países emergentes, sentando lado a lado com os desenvolvidos nos fóruns de poder e de negócios internacionais. Um círculo virtuoso de distribuição de renda, justiça social e crescimento que mudou a economia brasileira e despertou a atenção do mundo.

Ao receber das mãos de Fernando Henrique Cardoso a faixa de presidente, Lula assumiu um país malvisto pelo mundo financeiro, uma herança dos tropeços econômicos causados pelo superendividamento e pela hiperinflação dos anos 80 e início dos 90.

Com Lula Presidente, o Brasil recebeu o carimbo de grau de investimento pelas três maiores agências de classificação de risco de crédito, Standard & Poor’s, Moody’s e Fitch. Com isso, passou a ser visto oficialmente como uma economia de fundamentos mais sólidos e menos vulnerável a crises externas, proporcionando ao investidor uma opção mais segura para investimentos.

Não por acaso, o Brasil na era Lula foi visto como um dos principais destinos de investimentos estrangeiros. A entrada recorde de dólares abriu caminho para o aumento das reservas internacionais, que saltaram de US$ 37,8 bilhões em 2002 para quase US$ 285 bilhões. No caminho inverso, o dólar caiu de R$ 3,94 para menos de R$ 1,70. A equipe econômica de Lula, liderada por Guido Mantega, fez o país ficar menos endividado.

A relação dívida/PIB recuou de 60,6%, em 2002, para 40,1%, em 2010. A taxa de juros reais (além da inflação) desceu sete pontos percentuais. O crédito, uma das locomotivas do crescimento, aumentou em 20 pontos percentuais e ficou próximo a 50% do PIB.

Em um positivo efeito cascata, o crescimento do PIB chegou a 8% em 2010, quase três vezes superior à média de 2,6% dos quatro anos anteriores. Lula capitaneou uma revolução de consumo que fez do mercado doméstico o grande trunfo para atrair investimentos locais e externos e escapar mais rápido da grande recessão global de 2008.

Por isso somos todos Lula. Lutamos por ele, sobretudo, porque Lula é quem melhor teve e tem a capacidade de liderar esse projeto. Mas lutamos também porque é covardia o que estão fazendo com ele.

E não venham com mentiras contra Lula, porque quem dera todo político fosse honesto como ele. Foi, possivelmente, o presidente que saiu com menor patrimônio da presidência. Ganhou dinheiro sim, mas legitimamente, depois de deixar a presidência, com palestras.

Seus filhos são pequenos empresários. Não foram nomeados diretores de estatal, como Aécio Neves quando jovem que, recém-formado, foi nomeado diretor da Caixa no governo Sarney. Não viraram diretor de banco privatizado pelo pai, como ocorreu com o filho de Alckmin. Não ganharam concessões públicas de TV, nem de lavra de mineração. Não foram funcionários fantasmas em gabinetes de senadores. Não viraram sócios de bilionários, como a filha de José Serra.

Lula criou um Instituto voltado para cooperação do Brasil com a África e a América Latina. Se tivesse criado um instituto picareta para defender o cartel da imprensa ou dos bancos ou da geopolítica estadunidense estava tudo “certo”, não teria recebido criticas. Mas defender a integração com pretos e “cucarachos”? Ah… na cabeça das coxinhas, racistas e preconceituosos, isso só pode ser crime.

São injustiça e covardia o que estão fazendo com Lula, por isso temos que defendê-lo e não podemos nos omitir.

Não adianta quererem destruí-lo para entregar o pré-sal a estrangeiros, e também para o mercado financeiro globalizado e corrupto nos escravizar. E para o “B” sair dos BRICS e virar colônia econômica dos EUA. Porque vamos derrubar esse entreguisimo e servilismo.

Somos todos Lula.