Prefeito de São José dos Campos faz política de visão curta

O prefeito de São José do Campos, Eduardo Cury (PSDB), mostrou que não para para pensar. O próprio tucano rompeu o silêncio sobre o extermínio de 1.700 lares no Pinheirinho e […]

O prefeito de São José do Campos, Eduardo Cury (PSDB), mostrou que não para para pensar. O próprio tucano rompeu o silêncio sobre o extermínio de 1.700 lares no Pinheirinho e disse:

1. Que a massa falida deve R$ 16 milhões de impostos;

 2. Que o valor total do terreno é R$ 84 milhões;

3. Que o terreno é grande demais para o número de famílias (1 milhão de metros quadrados);

Ora, é só fazer as contas para ver o que prefeito deixou de fazer tendo a faca e o queijo na mão:

1. Só de impostos dá para comprar 20% do terreno;

2. Bastava trocar a dívida por 20% da área;

3. Teria mais de 200 mil quadrados para fazer um conjunto habitacional com recursos do Minha Casa, Minha Vida, ali mesmo, sem remover ninguém;

Mas o jeito tucano de governar escolhido foi jogar a polícia para expulsar os pobres das áreas que se tornam valorizadas, para entregar para os ricos ganharem dinheiro.

Falência fraudulenta e grilagem?

Exala algum mau cheiro do caso Pinheirinho, neste processo de extermínio de 1.700 lares em São José dos Campos, para passar o trator e entregar o terreno para Naji Nahas. Não é só a opção pelos ricos feita pelo governador Alckmin, pelo prefeito Eduardo Cury e pelo Judiciário que cheira mal. O mau cheiro exala forte também dos antecedentes do caso, ou seja, como esse terreno foi parar nas mãos de Nahas, anteriormente.

A primeira questão é: segundo os moradores que ocupavam o terreno, ele estava abandonado desde o assassinato dos donos, um casal de alemães sem herdeiros. Neste caso é possível que a prefeitura tenha se tornado dona da área. O terreno está em um zoneamento industrial, e a prefeitura de São José dos Campos tinha como política de incentivo ao desenvolvimento doar terrenos para indústrias se implantarem na cidade.

Então, o prefeito Eduardo Cury deve a primeira resposta à população e ao Ministério Público: a empresa Selecta S/A, de Naji Nahas, ganhou o terreno, em governos passados? Ou o proprietário anterior à Selecta, ganhou esse terreno de graça da prefeitura e repassou à Nahas?

Enquanto o prefeito não responde, sabemos que o terreno continuou sem uso, até ser ocupado para moradia. Então, o prefeito tucano deve resposta à segunda pergunta: se os termos de cessão do terreno pela prefeitura não foram cumpridos (a instalação de uma indústria), porque a prefeitura nunca o retomou?

As perguntas se juntam à questão das dívidas acumuladas do IPTU, da omissão da prefeitura em fazer a regularização da posse, para assentar definitivamente os moradores, algumas famílias há 8 anos, inclusive com construções de alvenaria.

Ainda que o terreno não tenha sido doado pela prefeitura, então é necessário uma investigação para esclarecer o mistério de como Naji Nahas tornou-se algo como o “herdeiro” do casal alemão.

A outra questão que não cheira bem, é a da massa falida. Nahas já foi condenado por falência fraudulenda da empresa dona do Pinheirinho em São José dos Campos. Depois recorreu no STJ e lá conseguiu se safar, não porque tenha sido julgado inocente, e sim porque deixaram o crime prescrever.

Ora, se a falência foi fraudulenta, é preciso ir atrás da fortuna escondida do megaespeculador para pagar suas dívidas, e não dos pobres moradores do Pinheirinho.