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Encenação O Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília chega à sua 11ª edição e ocupa os principais teatros da capital de 25 de agosto a 5 de […]

Encenação

EncenaçãoO Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília chega à sua 11ª edição e ocupa os principais teatros da capital de 25 de agosto a 5 de setembro com 29 espetáculos internacionais, nacionais e brasilienses. A abertura será no dia 24, com o espetáculo Till, que marca a volta do Grupo Galpão ao teatro de rua. Os destaques vão para dois espetáculos do grupo Kabia, do País Basco (Espanha), o músico sérvio Góran Bregovic e para o grupo israelense ISH Theater, que mistura vertiginosamente teatro físico, clown e mímica. Atenção para as reflexões sobre o exílio, a tortura, a violência e a guerra, temas cotidianos nos países de várias companhias. Consulte a programação em www.cenacontemporanea.com.br.

Outra forte mulher de Isabel

Isabel Allende

Zarité é uma escrava negra que foi vendida aos 9 anos de idade para o francês Toulouse Valmorain, dono de uma das maiores plantações de cana-de-açúcar das Antilhas. A Ilha sob o Mar (Editora Bertrand Brasil), 19º romance da chilena Isabel Allende, conta as mazelas vividas pela escrava durante a colonização francesa no século 18. Quando adulta, Zarité tornou-se amante de seu dono e passou a cuidar da casa e dos dois filhos de Valmorain, um deles com ela. Depois de uma grande rebelião, a família foi obrigada a fugir do país. É uma obra cheia de detalhes psicológicos e da organização social, narrados em círculos que sempre voltam ao meio: o olhar da escrava. R$ 41, em média.

 

Contágios

Epidemik

A exposição francesa Epidemik, em cartaz na Estação Ciência da Universidade de São Paulo, simula diferentes cenários de epidemia em um videogame coletivo gigante que permite a 40 jogadores enfrentar doenças que se difundem rapidamente. Criada pelo museu francês Cidade da Ciência e da Indústria, a mostra tem atentado bioterrorista de peste pulmonar, gripe pandêmica, Aids, malária e dengue. Ao pisar no tabuleiro, o jogador recebe uma “aura”, que é projetada no solo e o acompanha indicando seu estado de saúde em função das atitudes preventivas que assume ou tratamentos que escolhe, sempre orientado por uma tela de 11 metros. A exposição também conta a história milenar dos homens e das epidemias por meio de filmes e materiais jornalísticos. Até 26 de setembro, de terça a sexta-feira, das 8h às 18h, e aos finais de semana, das 9h às 18h.
R$ 4. Mais informações: (11) 3671-6750 ou www.eciencia.usp.br.

Informação, emoção e diversão

Caetano Veloso 67

A era dos grandes festivais (1965-1972) proporcionou cenas incríveis da história da música brasileira – no momento em que ela mais se misturou à história política do país. E ao narrar a finalíssima de 1967, da TV Record, os diretores Renato Terra e Ricardo Calil fazem de Uma Noite em 67 um documentário antológico. O trabalho tem cenas manjadas enriquecidas com muitas inéditas ou raramente vistas. Entre essas raridades, a íntegra das quatro performances mais bem colocadas – Ponteio (com Edu Lobo e Marília Medalha), Domingo no Parque (Gilberto Gil e Os Mutantes), Roda Viva (Chico Buarque e MPB-4) e Alegria, Alegria (Caetano Veloso e os Beat Boys, grupo de rock argentino) – e de outras duas mal classificadas, mas essenciais para a descrição da temperatura da época – Maria, Carnaval e Cinzas (Roberto Carlos) e Beto Bom de Bola (Sérgio Ricardo). As apresentações são intercaladas com cenas de bastidor e de hilárias conversas dos jornalistas Cidinha Campos, Randal Juliano e Blota Jr. com os músicos.

Roberto Carlos 67

O documentário traz ainda depoimentos dos mesmos artistas, hoje sessentões, em geral referindo-se às obras como algo entre a inexperiência e a molecagem, no bom sentido. Roberto Carlos se surpreende com a informação de que havia uma claque de avessos à “alienante” Jovem Guarda organizada para vaiá-lo – ainda que tenha defendido um puro samba-canção de Luiz Carlos Paraná. Sérgio Ricardo admite que jamais repetiria o gesto de arrebentar o violão e arremessá-lo contra o público que o vaiava sem sequer ouvi-lo. A diversidade e a tensão eram deliberadas iscas por audiência. Afinal, conta Paulo Machado de Carvalho, então chefão da Record, os festivais eram, antes de tudo, programas de auditório.
Outra polêmica tensa era a resistência de uma ala da MPB à “invasão ianque” da guitarra elétrica, promovida por Caetano em Alegria, Alegria. Conciliador acidental, Gil misturou a guitarra ao seu bom e velho violão em meio ao arranjo espetacular de Rogério Duprat para Domingo no Parque. O jurado Sérgio Cabral, que votou em Ponteio, hoje diz que teria sido correto votar em Gil. Uma Noite em 67 é um filme honesto, competente, com informações inéditas até para iniciados, e divertidíssimo. Estreou em 30 de julho nos cinemas das maiores capitais. Quem gosta do assunto que não bobeie, porque os bons filmes nacionais não ficam muito tempo em cartaz.

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