Titãs renovam energia de ‘Cabeça Dinossauro’ em CD e DVD ao vivo

Um dos mais importantes álbuns da história do rock brasileiro foi revisitado por sua banda em 2012 e o resultado surpreendeu até mesmo os mais rigorosos críticos. “Cabeça Dinossauro”, o […]

Um dos mais importantes álbuns da história do rock brasileiro foi revisitado por sua banda em 2012 e o resultado surpreendeu até mesmo os mais rigorosos críticos. “Cabeça Dinossauro”, o terceiro trabalho da banda paulista Titãs, foi originalmente lançado em 1986 e agora foi reapresentado ao vivo, em lugares como o carioca Circo Voador e o paulistano Espaço das Américas (quando a formação original voltou a se encontrar no mesmo palco, exceto Marcelo Fromer, morto em 2001). O resultado pode ser conferido no pulsante CD e DVD “Cabeça Dinossauro Ao Vivo 2012”.

Quando foi lançado em 1986, “Cabeça Dinossauro” chamou atenção em função do som mais pesado apresentado por uma banda, que, nos álbuns anteriores, parecia misturar uma new wave mais colorida com outros ritmos como reggae e com direito até a versão de música dos Beatles.

Outro aspecto que rapidamente ganhou destaque foi ao fato de o disco ser um verdadeiro tratado a respeito das instituições. Estão ali a igreja, a polícia, o Estado, a família e a propriedade. Há também um hardcore voraz, “A face do destruidor”, e a eletrônica concretista “O que”, dando sinais do que viria a partir dali.

Mais de vinte e cinco anos depois, essas canções retornam de modo ainda mais visceral e pulsante. A banda aparece muito mais madura e consistente, misturando canções que são obrigatórias em todos os shows, como “Bichos escrotos” e “Homem primata”, com outras que há tempos não apareciam no repertório, como “Estado violência”, “Tô cansado” e “Dívidas”. É verdade que, em algumas faixas, fazem falta os vocais originais de Arnaldo Antunes e Nando Reis, mas Branco Mello (voz e baixo), Paulo Miklos (voz e guitarra), Sergio Britto (voz, teclado e baixo) e Tony Bellotto (guitarra) comprovam mais uma vez porque realizam um dos shows mais espetaculares do rock nacional.

Destaca-se a direção de Oscar Rodrigues Alves, pois as imagens transmitem toda a energia e vitalidade que os Titãs mantêm em cima do palco, muito em função dos movimentos de câmera e da edição pulsante; e transforma o Circo Voador num local ainda mais acolhedor e aconchegante, lembrando as pequenas casas que a banda costumava frequentar no início da carreira, quando era acompanhada por pouco mais de uma centena de pessoas. Tudo isso é proporcionado também em função da total identificação o realizador com a banda, pois é codiretor do documentário “Titãs – A vida até parece uma festa” e diretor de videoclipes como “Isso” e “Epitáfio”.

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