Instituto Tomie Ohtake faz exposição para celebrar 10 anos

Eclipse, de Felipe Cohen, obra inserida na retrospectiva dos 10 anos do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (Divulgação) Uma sala equipada com várias redes disponíveis ao visitante, que pode […]

Eclipse, de Felipe Cohen, obra inserida na retrospectiva dos 10 anos do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo (Divulgação)

Uma sala equipada com várias redes disponíveis ao visitante, que pode se deitar numa delas na companhia de um bom livro. Uma banqueta tendo à frente um microfone e um telão, como se fosse um videokê, com a imagem da fachada do Palácio do Planalto, em Brasília, e um discurso para ser lido ao som do clássico “O Guarani”, de Carlos Gomes, utilizado no programa de rádio oficial “A Voz do Brasil”. Essas são duas instalações, criadas respectivamente por Marilá Dardot e Vitor Cesar, presentes na exposição “Os Primeiros 10 Anos”, realizada para comemorar uma década de atividades do Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo. Ela pode ser visitada até 26 de fevereiro, de terça-feira a domingo, das 11h às 20h, com entrada franca.

O Núcleo de Pesquisa e Curadoria do Instituto, dirigido por Agnaldo Farias, e o crítico convidado Tiago Mesquita selecionaram cerca de 50 artistas, que trabalham com os mais diferentes suportes, temáticas e origens. Entre os trabalhos expostos, destacam-se as janelas projetadas na parede através de um arranjo de retroprojetores, realizado por Nicolás Robbio, em 2008. Rovel Lima criou uma instalação com peças de aviões e barcos de montar pregadas na parede. Já João Angelini teve a proeza de mostrar a evolução de diferentes palitos de fósforo queimando, no sensacional “A queima agora é fogo”, de 2005.

Há vídeos, como o que mostra três pessoas jogando e que leva o título “Selvagens Nocivos”, dado pelos autores Marilá Dardot, Rodrigo Matheus e Sara Ramo, em 2004. Armando Queiroz registrou o surpreendente “Pilatos”, que tem três minutos e meio de duração e mostra mãos sangrando. Essa obra lembra uma das mais badaladas instalações do Instituto Inhotim, em Brumadinho (MG). Não faltam também belas e marcantes obras de óleo sobre tela, caso de “Poça”, de Ana Elisa Egreja, que tem impressionante efeito ótico; e “Magenta Exotic”, de Rodolpho Parigi, que tem dimensões gigantescas e encanta com a mistura de tons de rosa, roxo, vermelho e preto.

“Os Primeiros 10 Anos”, portanto, é mais do que um registro do que foi exibido de mais importante no instituto desde 2001, mas traça um mapa riquíssimo das artes visuais brasileiras nesse período, com seus principais representantes e também artistas que aparecem como grandes promessas para as próximas décadas. Pode ser comparada à marcante exposição “Como Vai Você, Geração 80”, realizada no Parque Lage, no Rio de Janeiro (RJ), em 1984, e que se tornou um marco daquela geração.

 

Serviço
Exposição Os Primeiros 10 Anos
De terça a domingo, das 11 às 20h, até 26 de fevereiro. Grátis
Instituto Tomie Ohtake – Av. Faria Lima, 201. Pinheiros. São Paulo/SP. T: (11) 2245-1900