Buzina e discoteca

Engraçado, triste e polêmico, documentário 'Alô Alô Terezinha' chega aos cinemas

Chacrinha e chacretes na Discoteca. Humor, emoção e saias-justas no filme Alô Alô Terezinha, de Nelson Hoineff (Foto: divulgação)

Chega aos cinemas no dia 30 o documentário “Alô Alô Terezinha”, sobre o apresentador José Abelardo Barbosa e seu programa de calouros “Discoteca do Chacrinha”. O filme de 90 minutos alterna imagens de arquivo e entrevistas atuais com várias chacretes, calouros e artistas como Roberto Carlos, Wanderléa, Ney Matogrosso, Fábio Jr., Fafá de Belém, Gilberto Gil entre outros.

Cerca de 150 horas de arquivo das emissoras Globo, Bandeirantes e Tupi e outras 150 gravadas em 2007 deram ao diretor Nelson Hoineff um amplo e diversificado material para a edição.

A proposta vai muito além de ser um documentário biográfico, já que explora mais que a carreira de Chacrinha mas também o que aconteceu com as chacretes, com o Russo e os calouros depois que o programa acabou. E é aí que está o pulo-do-gato de Hoineff: humanizar Abelardo e aqueles que com ele conviveram.

Dezoito dançarinas foram entrevistadas, entre elas Rita Cadilac, Fátima Boa-Viagem, Vera do Flamengo e Índia Potira, que na empolgação de relembrar os velhos tempos, “vestiu” sua fantasia: cocares e penas no corpo nu. No depoimento de quase todas há um quê de tristeza pelos rumos que suas vidas tomaram. Aliás, momentos tristes e engraçados estão em perfeito equilíbrio em todo o longa metragem.

O filme começa com a apresentação de Roberto Carlos como cantor mascarado na Discoteca do Chacrinha. Logo vem uma entrevista de um calouro que se considera o maior cantor do país e critica RC, pois se sente injustiçado por ter sido um dos reis do abacaxi no programa.

Há declarações que deixam artistas que participavam da Discoteca em saias justas: quem foi para a cama com quem, se as chacretes faziam ou não programa com os cantores, os supostos casos amorosos que Chacrinha teve com a cantora Clara Nunes e com a chacrete Índia são temas curiosos da obra.

Entre buzinadas, abacaxis, músicas e lembranças, os entrevistados explicam por que o apresentador jogava bacalhau e como o programa driblava a censura, mas não chegam a um consenso sobre quem é a Terezinha que ele tanto chamava.

Um dos pontos altos é a engraçadíssima cena em que Biafra canta seu sucesso “Sonho de Ícaro” e, coincidentemente, no trecho “Voar, voar, subir, subir”, é “atropelado” por um parapente desgovernado.

Cheio de humor, emoção e polêmica, o filme mostra que o que a televisão brasileira aberta levava ao público aos sábados era um entretenimento bem mais interessante do que é visto hoje em dia.

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