Rio de Janeiro

Paralisação será um marco na história da luta dos trabalhadores

O que está em jogo agora é o futuro dos cidadãos brasileiros. Reformas que estão no Congresso só atendem aos empresários. Os trabalhadores estão sendo esmagados. Os bancários estarão nesta luta

SEEB-RJ

Adriana: modelo que está sendo implementado privilegia o capital em detrimento da classe trabalhadora

A paralisação deste dia 28 de abril vai ser um marco na história da luta dos trabalhadores. Ela já está marcada por acontecer 100 anos após a primeira greve geral da história do país. Às vésperas do ato contra as reformas da Previdência e trabalhista e a terceirização irrestrita, propostas pelo governo Temer, dezenas de categorias já confirmaram participação. E nós, bancários e bancárias, estamos ao lado dos que lutam por seus direitos.

O que está em jogo agora não é o partido A ou B, o candidato X ou Y, e sim o futuro do trabalhador, o futuro do cidadão brasileiro. As reformas que estão sendo encaminhadas no Congresso Nacional atendem somente aos interesses dos empresários. Os trabalhadores estão sendo esmagados, as leis da CLT jogadas no lixo e a carteira de trabalho rasgada.

O mundo do trabalho sofre mudanças constantes. É importante entendermos que este é um momento de mudança. É outro modelo econômico que está sendo implementado, não é o desenvolvimentista que nós defendemos, e sim, o neoliberal que é a atual política que privilegia o capital em detrimento da classe trabalhadora.

A participação dos bancários na greve geral tem uma importância que não podemos deixar de lembrar: a nossa categoria é a única que possui uma Convenção Coletiva Nacional. Ela rege os bancários de Norte a Sul do país. Com isso, é importante destacar que o Ministério da Fazenda tem à frente Henrique Meireles, um banqueiro. E tem mais: no Banco Central o presidente é Ilan Goldfajn, que foi economista-chefe e sócio do Itaú Unibanco. Nós, bancários e bancárias, somos trabalhadores do sistema financeiro que detém o poder econômico e político. Esses empresários têm todo o interesse em desmontar a organização trabalhista e em especial a dos bancários.

Não estamos falando do futuro, mas sim do presente. Desde que o governo Temer assumiu, temos assistido ao fechamento de agências do Banco do Brasil, as demissões na Caixa, à terceirização indiscriminada nos bancos privados. A destruição do mercado de trabalho para os bancários já começou e pode se aprofundar absurdamente.

Mais do que nunca, precisamos nos unir a outras categorias e defender com o nosso maior trunfo, que é a greve, nossos direitos trabalhistas, nosso futuro. Participar da greve geral, divulgar o movimento, conversar com colegas, ir ao ato programado para a Cinelândia, no centro do Rio, a partir das 17h. Todas as ações vão ajudar a construir uma resistência em defesa de nossos direitos e de nossas famílias.

Vamos juntos exigir respeito e mostrar, com determinação e força, que só a luta nos garante.

Adriana Nalesso é presidenta do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro