Inspiração para o Rio, teleférico da Colômbia acompanhou políticas públicas

No alto de Santo Domingo, uma das bibliotecas da EPM atrai a comunidade para atividades culturais (Foto: Rede Brasil Atual) O teleférico que começou a ser inaugurado nesta semana no […]

No alto de Santo Domingo, uma das bibliotecas da EPM atrai a comunidade para atividades culturais (Foto: Rede Brasil Atual)

O teleférico que começou a ser inaugurado nesta semana no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, tem como inspiração o projeto de Medellín, capital da Colômbia.

Lá, o Metro Cable, como é chamado, faz a conexão com as linhas de trens de superfície. Ou seja, na prática, cumpre o mesmo papel do teleférico do Rio de Janeiro, que é a ligação do “morro” com o “asfalto”, ou das comunidades com a “cidade formal”, como alguns gostam de dizer.

Na segunda maior cidade colombiana, atualmente são duas linhas que fazem trajeto por teleférico, somando cinco quilômetros. Uma das funções é subir em menos de dez minutos um trajeto que demoraria muito tempo se percorrido por terra. As ruas de Medellín, a exemplo do que ocorre no Rio de Janeiro, não foram em nada planejadas, correspondendo a trajetos sinuosos nos quais passam, no máximo, um veículo de cada lado por vez.

No teleférico, cujos carros partem com intervalos de poucos segundos, viajam seis pessoas, todas sentadas, com conforto, como pôde comprovar este repórter da Rede Brasil Atual em visita à cidade em agosto de 2009.

O oferecimento do transporte público, embora importante, não veio de maneira isolada. Medellín investiu pesado em ações sociais para reverter seu histórico de cidade mais violenta da Colômbia – e uma das mais sangrentas do mundo. A administração mais exitosa, tida como o momento da virada, foi a de Sergio Fajardo, prefeito entre 2004 e 2007. Na comunidade de Santo Domingo, uma das que receberam o Metro Cable, houve investimento em urbanização.

Um dos pontos centrais da administração de Fajardo, presente também em Santo Domingo, são as bibliotecas administradas pelas Empresas Públicas de Medellín – chamadas de parque biblioteca. Na realidade, são mais que bibliotecas, oferecendo cursos e oportunidades de convivência. A intenção é trazer para o espaço público e para o ambiente de criatividade as crianças e os jovens que estariam sujeitos às propostas do tráfico. No Rio, ao que parece, também há preocupação em fazer com que o Estado marque presença no Complexo do Alemão. A esperar.