Tá tudo dominado?

De um lado, os correligionários  do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usando a imprensa para medir forças com o ministro da justiça José Eduardo Cardozo. De outro, ,a facção criminosa […]

De um lado, os correligionários  do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), usando a imprensa para medir forças com o ministro da justiça José Eduardo Cardozo. De outro, ,a facção criminosa PCC, acusada de de mata policiais e civis e impor toques de recolher nos bairros da periferia da capital. No meio da guerra de palavras, os cidadãos paulistanos, que  sofrem pela incompetência do Estado em prover segurança.

Secretario da Segurança Pública de São Paulo, Antônio Ferreira Pinto , o mesmo que, em julho, no início dos ataques do PCC, estava na Argentina assistindo a um jogo do Corinthians, agora emite notas  culpando o governo federal pela criminalidade em São Paulo

Já o governador tucano está preocupado apenas em mostrar uma estranha tranquilidade ao afirmar que as dezenas de mortes que vêm ocorrendo na cidade não têm ligação com a facção criminosa. Para o governador, os autores dos atentados – em especial os cometidos contra policiais militares – seriam bandidos da comunidade de Paraisópolis, favela encravada no elitista bairro do Morumbi, na zona sul da capital. A favela foi ocupada na segunda-feira por 600 policiais.

É bom lembrar que foi também no mês de julho que o procurador da República Matheus Baraldi anunciou, que entraria com ação pedindo a destituição do comando da Polícia Militar de SP, por esta ter “perdido o comando da tropa“. Questionado, Geraldo Alckmin voltou a dizer que o MPF deveria se preocupar com a omissão do governo federal no combate à entrada de drogas e armas no país

O secretário Ferreira Pinto prometeu então que entraria com uma representação contra o procurador junto à Corregedoria do MPF. E tudo ficou na mesma. Cinco meses depois, o PCC continua dando as ordens em São Paulo, e os argumentos do secretário, quanto o do governador, continuam os mesmos.

Coincidências

Em 2006, no auge dos ataques do PCC, o governador de São Paulo era Cláudio Lembo (PFL, atual DEM) e, apesar do esforço do então presidente Lula em enviar tropas para combater a violência em São Paulo, a tentativa foi praticamente paralisada pelo governador

“O reforço policial não é oportuno nem necessário, pois o efetivo de segurança paulista é o maior e mais bem equipado entre os estados da federação e o trabalho de investigação contra a criminalidade é diário e contínuo”, justificava Lembo.

Já o Secretário de Segurança Pública de São Paulo da época, Saulo de Castro, também recusou a oferta feita pela União, de ajudar no combate à violência, dizendo: “O governo federal nunca ofereceu a Força Nacional de Segurança para atuar no estado. Só ouvimos falar pela imprensa”. Seis anos depois, os tucanos voltam a usar os mesmos argumentos e são publicamente desmentidos pelo Ministério da Justiça: Alckmin mentiu ao afirmar que o governo Dilma não ofereceu suporte para combater a escalada criminosa em São Paulo.

Desta vez, porém, cabe a pergunta: até quando?