Sem proposta e sem discurso, José Serra insiste em tema desgastado

Porque total falta de projeto para mudar a vida dos paulistanos, melhorar a cidade de São Paulo e acabar com os problemas graves na saúde, educação, transporte, segurança, saneamento e […]

Porque total falta de projeto para mudar a vida dos paulistanos, melhorar a cidade de São Paulo e acabar com os problemas graves na saúde, educação, transporte, segurança, saneamento e habitação – acumulados pela atual gestão de Gilberto Kassab –, o candidato à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), chama a atenção da imprensa criando notinhas diárias com o assunto já um tanto desgastado e cansativo: o julgamento do chamado mensalão, no Supremo Tribunal Federal (STF).

A imprensa tem dado espaço generoso para o tucano atacar seu adversário, o petista Fernando  Haddad. No entanto, essa mesma imprensa,  além de não procurar o candidato para ouvir sua versão sobre as acusações, esconde um fato que todos deveriam saber: um dos principais apoiadores de José Serra nessa campanha é Valdemar da Costa Neto, do PR, que compõe a base da coligação encabeçada pelo PSDB.

Pouco se diz que Costa Neto foi condenado pelo STF no atual processo do mensalão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. De acordo com a acusação, entre 2003 e 2004, Costa Neto recebeu recursos para  seu partido. Ele renunciou ao mandato que exercia na época para não correr o risco de ser cassado. Em 2006 foi reeleito, ainda pelo PL, atual PR (Partido da República). Mas Serra, ao qual pouco resta para reverter a ampla rejeição ao seu nome entre os eleitores da capital, só fala do mensalão para tentar associá-lo exclusivamente a integrantes do PT.

Outro “detalhe” que chama atenção é o fato de muito pouco ou quase nada ter sido divulgado sobre os Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) terem barrado a candidatura de 56 políticos fichas sujas do PSDB, o equivalente a 3,5% dos tucanos.  O levantamento não teve nenhuma repercussão na mídia.

Enquanto Serra joga sujo, atacando Haddad – que nada tem a ver com o caso mensalão –, dentro de ninho tucano, o  mensaleiro (esse sim)  Eduardo Azeredo, do PSDB mineiro, assiste tranquilamente as denúncias contra si passarem longe da pauta de julgamentos do STF, sem que a imprensa faça qualquer pressão para o esclarecimento dos fatos.

Relembro: em dezembro de 2009, os ministros do STF receberam a denúncia e abriram processo criminal contra o então senador Azeredo, acusando de peculato e lavagem de dinheiro por participação no “mensalão tucano” – ,  que segundo o Ministério Público funcionou no fim da década de 1990 para arrecadar ilegalmente recursos públicos para a campanha ao governo de Mina.

O relator do processo também é o ministro Joaquim Barbosa, o mesmo que agora virou heroi nacional, segundo a revista Veja, por conta do mensalão federal. José Serra ainda não percebeu que, se o assunto mensalão estivesse agradando, ele teria mais que os 30% de votos que recebeu no primeiro turno e teria certamente menos que os 46% de rejeição indicados pelas pesquisas.

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