PSDB é assim: para os amigos, tudo; para os adversários políticos, a força da lei

Enquanto em São Paulo o candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), faz discurso sobre a ética de seu partido e usa “mensalão” em seus discursos para […]

Enquanto em São Paulo o candidato derrotado à prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), faz discurso sobre a ética de seu partido e usa “mensalão” em seus discursos para atacar a oposição, em Goiás, seu colega e correligionário tenta escapar de  mais uma investigação.

Na segunda feira (29), o site do STF informou que o governador de Goiás, Marconi Perillo, impetrou Mandado de Segurança (MS 31689), junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), com pedido de liminar para que ele não seja convocado ou obrigado a comparecer perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga as atividades de Carlos Augusto Ramos, o bicheiro conhecido por Carlinhos Cachoeira.

Diferentemente dos  políticos  do PT, partido adversário do governador tucano, que são investigados e têm a vida “revirada”, a partir de qualquer denúncia da chamada grande mídia, Perillo se acha acima da lei quando afirma que “governadores de estado são absolutamente imunes a investigações” realizadas pelas CPIs, e que esperar ser vedado até mesmo seu indiciamento por essas comissões, já que esses agentes políticos possuem prerrogativas de serem processados e julgados exclusivamente pelo STJ.

Essa não é a primeira vez que o governador tucano bate na porta do STF. Primeiro foi a Assembleia Legislativa de Goiás,  poder responsável por fiscalizar as ações do Executivo estadual,  tentou blindar o governador goiano contra a CPMI , ao pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), o fim das investigações contra Perillo. O mandado de segurança com o pedido foi assinado no mês de agosto pelo presidente da Assembleia, deputado Jardel Sebba, colega de partido do governador.

O documento entregue ao STF também pedia que Perillo não fosse convocado, nem obrigado, a comparecer à CPMI. Conforme o mandado de segurança, o fato de o governador já ter comparecido para prestar esclarecimento e dirimir as dúvidas existentes demonstrava sua intenção de não deixar suspeitas a seu respeito. Entre outros crimes, Perillo é suspeito de ter vendido uma casa ao bicheiro Carlinhos Cachoeira por R$ 1,4 milhão, o que teria possibilitado à quadrilha “abrir portas” no governo. 

A tentativa de blindagem, porém, não fez efeito. No  dia 13 de agosto, o STJ abriu inquérito para investigar as relações entre o governador de Goiás e Cachoeira, atendendo a pedido da Procuradoria-Geral da República. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, solicitou a abertura do inquérito em junho, com base em gravações telefônicas feitas na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal.