O cinismo de quem blindou o ‘mensalão’ tucano

Prevendo a absolvição em massa no julgamento do chamado “mensalão”, por falta de provas e porque inventaram versões fantasiosas, a começar com um inexistente esquema de compra de votos, os […]

Prevendo a absolvição em massa no julgamento do chamado “mensalão”, por falta de provas e porque inventaram versões fantasiosas, a começar com um inexistente esquema de compra de votos, os parlamentares demotucanos mais salientes que atuaram na CPI dos Correios, procuram apagar sua imagem de conspiradores golpistas e incompetentes.

Deu no Estadão:….”Opositores do governo Luiz Inácio Lula da Silva que integraram a CPI dos Correios afirmam que a principal lacuna deixada tanto pelas investigações no Congresso Nacional quanto na denúncia da Procuradoria-Geral da República que será analisada pelo Supremo Tribunal Federal é o destino de parte do dinheiro que passou pelo chamado valerioduto.

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“A denúncia que será avaliada pelos ministros do STF a partir de 2 de agosto afirma que as contas das agências do empresário mineiro Marcos Valério Fernandes de Souza receberam mais de R$ 100 milhões de diversas fontes, entre elas desvios de verba de contratos com órgãos públicos. Os pagamentos realizados a parlamentares e ao publicitário Duda Mendonça, no entanto, não chegam a R$ 15 milhões.

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“Retiraram toda a possibilidade de irmos atrás do destino do dinheiro”, disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), integrante da CPI dos Correios…

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“Foi feita uma blindagem geral aos principais petistas que apareceram ao longo das investigações”, resumiu o deputado ACM Neto (DEM-BA), que foi sub-relator da CPI dos Correios.”

Ora, quanto cinismo. Os petistas tiveram a vida devassada à exaustão. E a CPI começou a ser boicotada quando não havia mais nada a investigar sobre o PT e o rumo começou a apontar para demotucanos. Algumas coisas que foram engavetadas na CPI:

– a investigação sobre os contratos suspeitos das empresas de Marcos Valério com o governo de Minas, sob a gestão de Aécio Neves;

– o dinheiro de empresas privatizadas ligadas à privataria tucana, como a Telemig celular;

– o próprio mensalão tucano, no governo de Eduardo Azeredo, não foi aprofundado na CPI dos Correios. Quem aprofundou a investigação foi o Ministério Público Federal;

– os contratos sob o primeiro governo Marconi Perillo (PSDB/GO) que também foi cliente das mesmas empresas de publicidade;

– os contratos com o então governo de Joaquim Roriz, no Distrito Federal, que na época era da ala do PMDB aliada do PSDB e do DEM;

– o caso Fundacentro, com contratos suspeitos com as mesmas empresas, no âmbito do Ministério do Trabalho do governo FHC, quando comandado por tucanos mineiros. Inclusive o atual governador de Minas, Antonio Anastasia (PSDB), foi secretário-executivo da pasta;

– os contratos suspeitos da TELESP (quando ainda era estatal, sob direção tucana), com aquelas mesmas empresas de publicidade;

– a operação de blindagem tucana impedindo qualquer investigação sobre a lista de Furnas. 

É mais uma mostra do que a grande mídia deve aprontar quando começar o julgamento no STF.

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