Garotinho, réu, foge da ‘guilhotina’ de Joaquim Barbosa

Frente às dificuldades, o deputado apela ao expediente do PSDB com o mensalão: ataca para fugir da reta (Foto: Renato Araújo. Agência Brasil) O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) anda sumido […]

Frente às dificuldades, o deputado apela ao expediente do PSDB com o mensalão: ataca para fugir da reta (Foto: Renato Araújo. Agência Brasil)

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) anda sumido da mídia. Talvez por estar na “fila da guilhotina” do ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele é réu na Ação Penal 640 no STF, relatada pela ministra Cármen Lúcia.

O Ministério Público Federal acusa os réus de corrupção passiva, crimes contra a paz pública, quadrilha ou bando, “lavagem” ou ocultação de bens, direitos ou valores. Esta ação parece relacionada ao escândalo de propinas ligado a caça-níqueis. Isso quando Garotinho comandava a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro.

Diante do andamento deste processo, Garotinho quer imitar a turma do “mensalão tucano”, ligada ao senador Aécio Neves (PSDB-MG). Espalha boatos para colocar a faca no pescoço direcionada a outros processos, uma maneira de fugir da fila.

Garotinho andou espalhando o boato de que na Operação Porto Seguro, desencadeada no fim do ano passado, haveria a história de um caixote diplomático que teria sido usado para levar a estratosférica quantia de € 25 milhões para Portugal em uma viagem oficial da Presidência da República. Óbvio que a estória era fantasiosa demais para alguém acreditar. Ontem, em audiência na Câmara dos Deputados, o superintendente da PF em São Paulo, delegado Roberto Troncon, que conduziu a operação, desmentiu essa história espalhada na internet.

Processo contra o deputado

Agora, o ministro Joaquim Barbosa, egresso do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro, onde atuou quando Garotinho foi governador, terá oportunidade de demonstrar independência e ser apartidário se colocar esse julgamento e o do “mensalão” tucano em pauta, com a agilidade pelo menos próxima da que teve na Ação Penal 470.

O ministro Luiz Fux, também egresso do Judiciário fluminense, havia sido sorteado para relatar o processo de Garotinho. Declarou-se impedido por motivo de foro íntimo, segundo consta na movimentação do processo.