Festa de altos salários, bancada pelo contribuinte paulistano

Em sua breve passagem pela prefeitura de São Paulo em 2005, por 15 meses antes de abandonar o cargo, José Serra (PSDB) promoveu o loteamento das 31 subprefeituras entre amigos […]

Em sua breve passagem pela prefeitura de São Paulo em 2005, por 15 meses antes de abandonar o cargo, José Serra (PSDB) promoveu o loteamento das 31 subprefeituras entre amigos tucanos sem mandato e ex-prefeitos de outras cidades , sem nenhum vínculo com os bairros que supostamente administrariam.

Por exemplo: para subprefeito de Vila Maria, na zona norte, Serra escolheu o ex-presidente da Fundacentro no governo FHC (órgão ligado ao Ministério do Trabalho), Humberto Carlos Parro (*) – a Fundacentro trata de assuntos ligados à segurança e a medicina do Trabalho.

Além de ter feito sua carreira política em Osasco, e não na zona norte paulistana, o problema é que Parro era réu em Ação Civil Pública, junto com a agência de publicidade SMP&B Propaganda, de Marcos Valério, por improbidade administrativa. O processo é muito anterior ao chamado ‘mensalão’, que está sendo julgado pelo STF. A ação corre desde abril de 2002 e, nela, o Ministério Público acusa os réus por desvio de R$ 25 milhões da Fundacentro, no governo FHC.

Apesar de os fatos terem ocorrido ainda nos anos 90, muito antes do chamado ‘mensalão’, até hoje não foi julgado. Hoje, Parro trabalha como assessor da presidência da Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento), subordinada ao governo Geraldo Alckmin (PSDB).

Outro que ganhou o cargo de subprefeito, mas em Santo Amaro, na zona sul, foi o atual deputado estadual Barros Munhoz (PSDB). Tinha acabado o mandato de prefeito de Itapira (SP) e ficaria sem cargo. Ele acaba de virar réu em Ação Penal, acusado de promover licitação supostamente fraudulenta quando exercia o cargo de prefeito em 2003.

Aparelhamento

Quem também gosta de conceder privilégios para amigos de fora da cidade é o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD). Só para lembrar, em 2011 ele nomeou o ex-deputado Raul Jungmann (PPS-PE) como conselheiro da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego). Jungmann, que é de Recife, foi candidato derrotado ao Senado por Pernambuco na eleição de 2010.

Outro que também tem boquinha em São Paulo é Roberto Freire, presidente do PPS, de Pernambuco. Nunca morou na capital paulista, mas ganhou um cargo entre os conselheiros da Empresa Municipal de Urbanização e da SPTuris. Nomeado depois que seu partido apoiou a nova legenda criada pelo prefeito paulista, Freire passou a receber cerca de R$ 12 mil mensais pagos com dinheiro público do paulistano, sem que o deputado trabalhe ou apareça nas reuniões.

O ex-vice-presidente e ex-senador Marco Maciel (DEM-PE) foi nomeado em 2011 por Gilberto Kassab para os conselhos administrativos de duas empresas municipais: a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) e da SPTuris (São Paulo Turismo). Marco Maciel, no entanto, foi o único que disse não à festança patrocinada pelos cofres públicos paulistanos.

 

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