Antes um dos queridinhos da mídia, DEM agoniza a olhos vistos

Que tal trabalhar por apenas 16 anos e se aposentar com salário de  R$ 10 mil reais? O ex-senador catarinense Jorge Bornhausen  (PFL, DEM e agora no PSD), que em 2006 […]

Que tal trabalhar por apenas 16 anos e se aposentar com salário de  R$ 10 mil reais? O ex-senador catarinense Jorge Bornhausen  (PFL, DEM e agora no PSD), que em 2006 disse a frase “Precisamos acabar com essa raça“, referindo-se aos políticos de esquerda – principalmente o PT –, conseguiu essa mamata com apenas dois mandatos de senador.

Para quem sempre falou em Estado mínimo, em déficit da Previdência, em cortar despesas públicas, inclusive por meio de arrocho no salário mínimo, nos salários do funcionalismo e nas aposentadorias dos outros, usufruir de tal benefício soa no mínimo como incoerência.

Com os novos tempos, as informações sobre aposentadorias de ex-senadores passaram a ser públicas – diferentemente das trevas em que antigos governantes reinavam no país – e divulgadas no portal de transparência do Senado, em conformidade com a Lei de Acesso à Informação. Bornhausen, que usava como poucos os holofotes da imprensa para estar em evidência, desta vez foi “esquecido”: a mídia não dedicou uma única linha sobre sua aposentadoria.

E essa raça?

Desde a morte do ex-senador Antonio Carlos Magalhães (BA) e da aposentadoria de Bornhausen, o DEM mingua a olhos vistos. Só para citar um número, em 2006 o partido tinha a maior bancada no Senado, com 18 parlamentares. Agora, com a saída vergonhosa de Demóstenes Torres, por conta de seu envolvimento com o bicheiro Carlinhos Cachoeira, os senadores do DEM são apenas quatro – Wilder Morais (Goiás), Jayme Campos (Mato Grosso), José Agripino (Rio Grande do Norte) e Maria do Carmo Alves, (Sergipe).

O partido que nasceu como dissidência do PDS – legenda que dava sustentação à ditadura – para apoiar a eleição de Tancredo Neves resolveu mudar de nome em 2006, quando era presidido pelo deputado Rodrigo Maia (RJ). Tornou-se o DEM, o que levou seus integrantes a serem genericamente chamados de “demos” e agora protagoniza uma evidente história de decadência, moral e ideológica.

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