Jardins verticais diminuem poluição e embelezam cidades

Montagem mostra Minhocão com jardins verticais (foto: CC/Movimento90º) Já falei aqui sobre agricultura urbana e sobre hortas urbanas como maneiras de trazer verde e melhorar o ambiente das grandes cidades. […]

Montagem mostra Minhocão com jardins verticais (foto: CC/Movimento90º)

Já falei aqui sobre agricultura urbana e sobre hortas urbanas como maneiras de trazer verde e melhorar o ambiente das grandes cidades. Essas iniciativas, no entanto, estão longe de esgotar as possibilidades de trazer um pouco de diversidade ao ambiente cheio de concreto das cidades. Uma opção incrível e aplicável a virtualmente qualquer lugar é o jardim vertical. Eles podem ser instalados em qualquer parede, mas trazem benefícios especiais aos prédios com empenas cegas (aquele lado do prédio que não tem janelas, comuns em São Paulo).

Instalar esses jardins em São Paulo e em outros centro urbanos é o objetivo do Movimento90º, iniciado há pouco mais de um ano dentro de um escritório de projetos paisagísticos e de arquitetura de São Paulo. Um dos sócios do escritório, Guel Blanche, depois de se especializar no assunto, redigiu um manifesto defendendo a necessidade dos jardins verticais, com a intenção de sensibilizar os diversos atores envolvidos para a causa. “Os jardins verticais não são apenas bonitos, mas também funcionais”, explica Blanche. “Funciona como isolante térmico, isolante acústico e, mais importante, diminui a poluição no seu entorno”, completa. Ele cita uma pesquisa realizada na universidade de Birmingham, no Reino Unido, que detectou uma redução de até 60% nas partículas inaláveis em ambientes com jardins desse tipo. 

Um dos questionamentos mais comuns é sobre a viabilidade prática da ideia. As principais dúvidas são sobre o impacto do jardim na estrutura do prédio e sobre a manutenção. Blanche afirma que não há qualquer prejuízo à parede em que o jardim é instalado. “A estrutura é montada a uma distância de 4 centímetros da parede, não há umidade portanto”, explica. Já a manutenção depende do tipo de plantas usadas. O paisagista conta que, ao idealizar os jardins, escolhe espécies que, quando adultas, não ultrapassem as dimensões da parede. Dessa forma, o custo de manutenção é quase nulo. 

Para espalhar a ideia dos jardins verticais, o Movimento90º trabalha em diversas frentes. Uma delas é a arrecadação de fundos no sistema de crowdfunding para um jardim numa empena cega na rua General Jardim, na Vila Buarque, centro de São Paulo. Além disso, o movimento participará de uma intervenção urbana na Rua  Augusta durante a Virada Cultural. Em parceria com o Instituto Escola de São Paulo, haverá a criação de um jardim em uma das empenas cegas e de pequenos jardins em algumas fachadas. 

Outra forma de atuação é a sensibilização do poder público. “Pensamos que é possível a criação do IPTU verde. A construção que mantivesse um jardim vertical poderia receber desconto no IPTU”, diz Blanche. Para ele, o mais importante é que o Movimento90º não acabe depois de intervenções pontuais. “Estamos nos organizando para continuar atuando a longo prazo”, afirma. 

Para saber mais sobre o Movimento90º, visite a página do Facebook. Para colaborar com o jardim na Rua General Jardim, acesse o projeto no site Benfeitoria.

 
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