Skank resgata origem em novo CD

Os mineiros Samuel Rosa (guitarra e voz), Henrique Portugal (teclados), Haroldo Ferreti (bateria) e Lelo Zaneti (baixo) formaram, em 1991, o Skank, para uma apresentação praticamente improvisada na casa noturna […]

Os mineiros Samuel Rosa (guitarra e voz), Henrique Portugal (teclados), Haroldo Ferreti (bateria) e Lelo Zaneti (baixo) formaram, em 1991, o Skank, para uma apresentação praticamente improvisada na casa noturna paulistana Aeroanta, mas o primeiro álbum, homônimo e independente, só foi lançado em 1992. Agora, mais de vinte anos depois, chega às lojas o ótimo “Skank 91”, que reúne gravações até hoje inéditas dessa primeira fase de uma das mais emblemáticas e cultuadas bandas do pop rock dos anos 90.

Para quem tinha dúvida da influência do rock dos anos 80 no Skank, ela é sanada logo na primeira faixa, em que a new wave da Gang 90 & As Absurdettes, “Telefone”, composta por Júlio Barroso, ganha uma versão mais reggae, com a inclusão dos versos “Você me liga, me altera, me acende / Nossa voz no telefone está tão longe / Falo alto, delirando, não se importe / Há um clique antes de eu dizer seu nome”.

Há outras versões com a interpretação própria e marcante da banda mineira. São elas: “Let  Me Try Again”, de Paul Anka, Sammy Cahn, Caravelli e Michel Jourdan; e “Raça”, de Milton Nascimento e Fernando Brant: “Lá vem a força, lá vem a magia / Que me incendeia o corpo de alegria / Lá vem a santa maldita euforia / Que me alucina, me joga e me rodopia”.

Do material preparado para o primeiro álbum, lançado no ano seguinte, aparece, em versão inédita, “Baixada News”, “Réu e Rei”, “Macaco Prego” e os hits “In(Dig)Nação” e “Homem Que Sabia Demais”, algumas delas com fortes marcas deixadas pelo Paralamas do Sucesso, principalmente do álbum “Selvagem?”. Já prenunciando o segundo disco, “Calango”, há a contagiante “Salto no Asfalto”, composta apenas por Samuel Rosa, também autor de outra inédita, a animada “Eu Me Perdi”: “Eu me perdi, já não sei bem quem eu sou / Eu me perdi, já não sei bem quem é você”.

Ainda há “Gentil Loucura” e “Cadê o Penalty”, de Jorge Benjor, presentes no primeiro disco, em versão ao vivo registrada na casa noturna Disco Reggae Night, em São Paulo, em 5 de junho de 1991. Com direito a gravação da voz do apresentador, que anuncia que a casa está um pouco vazia, essa apresentação conta ainda com as inéditas “Amanhã”, “Eterna Esperança”, a empolgante “A Tela” (hit nato, infelizmente não aproveitado) e a instrumental “Shot in the Dark”, de Henry Mancini.

Por meio das gravações inéditas presentes em “Skank 91” é possível comprovar como a banda mineira já começou extremamente madura, talvez em função da longa atividade de Samuel Rosa e Henrique Portugal na banda… durante boa parte dos anos 80, tocando reggae. Mesmo vertentes futuramente assumidas pelos rapazes já dá alguns sinais aqui. Portanto, não se trata de um álbum de relíquias exclusivo para fãs mais ávidos, mas, sim, de algo que merece computar como parte da discografia oficial do Skank.

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