Por investigação e CPI, ‘Privataria tucana’ ganha vídeos e até cordel
A chegada do livro “A Privataria Tucana” às livrarias do país, no dia 9 de dezembro, montou um prato cheio a blogueiros, chargistas, produtores de audiovisual e até poetas no […]
Publicado 28/12/2011 - 11h00
A chegada do livro “A Privataria Tucana” às livrarias do país, no dia 9 de dezembro, montou um prato cheio a blogueiros, chargistas, produtores de audiovisual e até poetas no fim de ano. A obra do jornalista mineiro Amaury Ribeiro Júnior motiva uma série de vídeos, ilustrações e até um cordel que apostam no bom humor para tratar de um tema árido, sobre acontecimentos de quase 15 anos atrás.
A publicação de Ribeiro Júnior traz documentos e informações contra o ex-caixa de campanha do PSDB e ex-diretor da área internacional do Banco do Brasil na década de 1990 Ricardo Sérgio de Oliveira, apontado como “artesão” dos consórcios de privatização em troca de propinas. Outro citado é o ex-governador paulista José Serra (PSDB), que tem familiares apontados como agentes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos públicos na venda de estatais.
Um pedido de instalação de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi protocolado na semana passada pelo deputado Delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), com 185 assinaturas, seis a mais do que as 171 exigida pela Constituição – um terço dos 513 parlamentares com assento na Câmara Federal. Quatro deputados do PSDB subscreveram. A executiva nacional dos tucanos, porém, promete processar o autor do livro.
De autoria de Silvio Prado, diretor estadual do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), o “Cordel da Privataria” trata o livro de Ribeiro Júnior como “maior presente do ano” que pode arrebentar o esquema de um “grupo tão insano”. Os versos criticam ainda a velha mídia por silenciar, em sua maioria, sobre a publicação.
No grupo dos vídeos publicados, o de maior circulação foi uma paródia do filme “A Queda”, sobre os últimos dias de Adolf Hitler. O trecho já teve as legendas alteradas para todo tipo de piada, seja durante a campanha eleitoral de 2010 – para ambos os lados da disputa –, seja para contendas de futebol. Na versão em questão, o ditador alemão “discute” formas de evitar que o livro ganhe projeção.
Outro também recorre a um trecho recorrentemente parodiado, um dos filmes da série “O Senhor dos Anéis”. Trata-se de uma cena em que o personagem Smigol remói-se sobre o que fazer contra os protagonistas da saga.
Chargistas como Bira, Bessinha e Aroeira também não perderam a oportunidade de fazer piadas com o caso.
- Veja ignora “A Privataria Tucana” na lista de livros mais vendidos
- PSDB promete processar autor de “A Privataria Tucana”
- Silêncio leva leitor de O Globo a questionar falta de cobertura sobre livro “Privataria Tucana”
- Debate sobre “A Privataria Tucana” reúne centenas em São Paulo
- CPI da Privataria tem apoio de 67 petistas
- Para Protógenes, pedido de CPI da Privataria evita risco a autor de livro sobre tucanos
- Para Amaury Ribeiro Jr., CPI da Privataria fará livro “ficar pequeno”
- Com assinatura de 185 deputados, pedido de CPI da Privataria é protocolado
- Pedido de “CPI da Privataria” chega à Câmara nesta quarta, diz Protógenes
- Após seis dias, PSDB defende privatização e desqualifica autor de acusações