Projetos de energias renováveis podem ganhar linha de crédito

Recursos do Fundo Clima somam R$ 560 milhões; projetos de energia solar terão os maiores incentivos

São Paulo – Projetos que envolvem energias renováveis, uso de resíduos para aproveitamento energético e o combate à desertificação estão entre os programas que podem receber linha de crédito advindas do  Fundo Nacional sobre Mudanças do Clima (Fundo Clima). Lançado em 2010, o programa já conta com R$ 560 milhões, mas ainda não tinha saído do papel. Os projetos podem vir tanto do setor privado quanto de iniciativa de órgãos públicos, e têm de conter ações de adaptação às mudanças climáticas e redução da emissão de gases de efeito estufa.

O repasse foi anunciado nesta segunda-feira (13) pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e pelo presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que firmaram parceria para administrar os recursos do fundo. O programa oferece baixas taxas de juros e maior prazo de financiamento. 

Como a intenção sinalizada pelo governo é criar um ambiente de estímulo à adesão a esse tipo de iniciativa, as taxas cobradas pelos empréstimos estão abaixo das fixadas atualmente pelo BNDES. A taxa mais baixa, de 2,5% ao ano, é direcionada a projetos de energia solar. Dependendo também da categoria, o prazo de financiamento pode chegar a 25 anos.

Izabella considerou que os incentivos para energia solar e a energia dos oceanos terão maiores incentivos porque, no Brasil, energia eólica e de biomassa já tiveram um avanço significativo.

Os recursos têm origem na Participação Especial do Petróleo, recebida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e relacionada a desastres ambientais. “Estamos olhando também a perspectiva de captação de recursos de médio prazo. Existe, internacionalmente, pessoas observando o que está acontecendo e com muito interesse. A gente precisa mostrar que tem mercado para isso. Estamos induzindo o mercado com inovação tecnológica e um salto qualitativo de desenvolvimento industrial do país”, destacou a ministra.

Para ver os tipos de projetos relacionados pelo MMA, clique aqui.

O Fundo Clima foi regulamentado em 2010 para financiar projetos de diminuição dos efeitos das mudanças climáticas e ações de adaptação. Representa um dos intrumentos do governo para cumprir o compromisso voluntário do país de reduzir em até 39% as emissões de gases-estufa projetadas até 2020.