Bancários aderem a protesto: em SP, movimento atinge 30 mil
De acordo com sindicato, manifestações chegaram a 212 locais de trabalho, sendo 200 agências e 12 centros administrativos. No Rio, foram 248 agências e cinco centros
Publicado 30/06/2017 - 14h23
São Paulo – Balanço parcial divulgado no início da tarde desta sexta-feira (30) pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região informa que 212 locais de trabalho foram atingidos pelo dia de protestos, sendo 200 agências e 12 centros administrativos. No total, aproximadamente 30 mil trabalhadores participaram. Centrais sindicais e movimentos sociais fazem atos por todo o país contra as reformas da Previdência e trabalhista, em tramitação no Congresso.
“Os trabalhadores não aceitam retrocesso nos direitos trabalhistas. Vemos isso nas ruas, nas redes sociais e nas pesquisas de rejeição das reformas trabalhistas e previdenciárias, cujo índice é de 90% dos brasileiros, de acordo com pesquisa CUT-Vox. Entre os bancários, 80% da categoria votaram pela participação na greve desta sexta-feira e isso já é um resultado de apoio e mobilização contra a retirada de direitos”, afirmou a presidenta do sindicato, Juvandia Moreira, também vice da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “Não vamos aceitar desmonte nos direitos previdenciários e que rasguem a CLT.”
No Rio de Janeiro, 248 agências na região central ficaram fechadas. O movimento atingiu também cinco centros administrativos (Sedan, Andaraí, Santander, Bradesco e Almirante Barroso). A presidenta do sindicato, Adriana Nalesso, destacou a importância do acordo coletivo nacional no setor financeiro, mas alerta para os riscos da reforma. “A relação de trabalho pode ser fragmentada, o que enfraquece o trabalhador”, comentou.
“Caso a reforma trabalhista seja aprovada, o futuro da nossa categoria será incerto”, acrescentou Adriana. “Os funcionários dos bancos serão terceirizados e até pejotizados, serão tratados como empresas. Os clientes também vão ser afetados, a partir do momento em que a rotatividade, prevista na terceirização, coloca em risco o sigilo bancário.”
De acordo com a Contraf-CUT, bancários de todo o país fizeram assembleias e aderiram ao movimento. Onde não foi possível interromper atividades, os trabalhadores atrasaram a abertura e promoveram manifestações.
“Temos a consciência de que muitos trabalhadores não participam da greve, mas é inegável que as categorias que aderiram conseguiram realizar manifestações e paralisações suficientes para chamar a atenção da sociedade e mostrar para deputados e senadores que, se eles votarem a favor das reformas que eliminam direitos trabalhistas, terão dificuldades de se eleger nas próximas eleições”, disse o presidente da confederação, Roberto von der Osten. “Vamos fazer pressão agora e, durante a campanha eleitoral, mostrar quem votou contra os trabalhadores.”
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