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Gravação de Joesley com Temer é clara: ‘Tem que manter isso, viu’

As delações dos donos do frigorífico JBS foram homologadas pelo ministro do STF Luiz Edson Fachin, relator da Operação Lava Jato, o que valida as gravações juridicamente

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Gravações de conversas envolvendo Temer e Joesley foram liberadas pelo STF. Ouça íntegra abaixo

São Paulo – O Supremo Tribunal Federal enviou na tarde de hoje (18) as gravações que integram as delações premiadas do frigorífico JBS para o Palácio do Planalto. No começo da noite, os áudios, de 39 minutos, foram divulgados para a imprensa.

Na noite de ontem, o jornal O Globo informou que os donos do frigorífico JBS gravaram Temer dando aval para comprar o silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso na Operação Lava Jato. A informação dos empresários foi dada em delação à Procuradoria-Geral da República.

 

“Queria te ouvir um pouco, presidente. Como tá nessa situação toda, Eduardo, não sei o que, Lava Jato”, disse Wesley. “O Eduardo resolveu me fustigar. Você viu que… Eu não tenho nada a ver com a defesa. O Moro indeferiu 21 perguntas dele, eu não tenho nada a ver com a defesa dele”, respondeu Temer.

Diante da repercussão sobre o assunto, Temer fez um pronunciamento por volta das 16h afirmando que não renunciará ao cargo.

O caso

Segundo o jornal O Globo, Joesley Batista entregou uma gravação feita em março deste ano em que diz a Temer que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada para que permanecessem calados na prisão.

No depoimento aos procuradores da força-tarefa da Lava Jato, Joesley afirma que não foi Temer quem determinou a mesada a Eduardo Cunha, mas que o presidente “tinha pleno conhecimento” da operação pelo silêncio do ex-deputado.

Em outra gravação, também de março, Temer indica o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para “resolver assuntos” da J&F, holding que controla a JBS. Posteriormente, Rocha foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil, enviados por Joesley.

O colunista contou que os irmãos Joesley e Wesley Batista estiveram na quarta-feira passada (10) no Supremo Tribunal Federal (STF) no gabinete do ministro relator da Lava Jato, Edson Fachin – responsável por homologar a delação dos empresários. Diante dele, os empresários teriam confirmado que tudo o que contaram à PGR em abril foi de livre e espontânea vontade.

Leia abaixo, na íntegra, a transcrição do diálogo.

[Joesley]: E aí, doutor, Tudo bem? Tudo bem? Faz tempo que a gente não se vê.

[Temer]: Hein?

[Joesley]: Faz tempo que eu não te vejo.

[Temer]: É que você está fora do Brasil. Soube que você estava morando […]. Está nos Estados Unidos?

[Joesley]: É… tudo bem? Tô ficando muito, muito, a maior parte é lá. Como é que está a correria?

[Temer]: Sabe que eu era tão feliz e agora sabe como é, né, cheio de compromissos, né? E aqui, primeiro, que você sabe que eu estou fazendo dez meses e parece que foi ontem, né? Parece que foi ontem e parece que foi uma […], são duas coisas. Segundo, que tenho uma oposição complicada […] no começo, né? Eles começaram: “golpe, golpe, golpe”, daí não passou. Aí “economia não vai dar certo, não vai dar certo”, e daí começou a dar certo e daí os caras estão num desespero, entendeu? Primeiro, que eu tenho o apoio do Congresso, se eu não tenho o apoio do Congresso, eu tô ferrado…

[Joesley]: Muito grande, né?

[Temer]: Tenho apoio da imprensa, enfim, mas vai dar certo, nós vamos atravessar isso daí, você vai ver. Vamos chegar no final deste ano já muito melhor. E em 2018 vamos comemorar.

[Joesley]: Com certeza. Sabe que nós vamos chegar, é isso mesmo, vamos chegar no fim desse ano olhando pra frente, […] Olhando…

[Temer]: Já começou, modestamente e tal, mas já começou. E uma coisa que eu não esperava que começasse agora.

[Joesley]: Muito rápido. Foi muito rápido, porque você está falando dez meses, mas, na realidade…

[Temer]: Há seis começou, né?

[Joesley]: Então, porque teve aquele periodozinho ali muito duro, né, que não podia fazer nada, que não…

[Temer]: Seis meses como titular e olha o que nós já fizemos. O teto dos gastos, a reforma […] aprovamos a […], eu acho que estava lá há dez meses e não se votava, aprovamos a admissibilidade da Comissão Nacional da Justiça, fizemos um grande acordo trabalhista, que acordaram sobre padrão das centrais sindicais. Muito rápido.

[Joesley]: Muito rápido. Muita coisa e muito rápido.

[Temer]:  É.

[Joesley]: O… a economia está bem, vai ter que baixar o juro rápido, porque a expectativa foi muito rápida, né? A reversão da expectativa.

[Temer]: […] desce mais um, vai descendo responsavelmente.

[Joesley]: E você sempre tem que deixar o mercado com a sensação de que foi pouco. Tem que ficar na sensação de que…

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]: Não pode tomar a dianteira. Que você vê, o Banco Central baixou 25, depois 25, aí quando ele deu aquele 75, o mercado deu uma animada, só que aí já esperava 1, aí deu 75, é muito, 75 é muito, aí deu 1! O mercado: Pô, agora vai dar 1? O mercado vai achar pouco, pô, mas só 1, tinha que ser 1,5. Não, tá bom, presidente, é tarde, deixa eu te falar. Primeiro, eu vim aqui roubar dois, três minutinhos de você […]. Primeiro, que eu não tinha te visto, né, desde quando você assumiu.

[Temer]: […] Quando eu assumi, não?

[Joesley]: Não, não, antes de assumir.

[Temer]: Antes de assumir. Dez meses.

[Joesley]: Eu estive contigo no teu escritório, dez dias antes ali…

[Temer]: É. Isso.

[Joesley]:…quando estava ali naquela briga ainda, naquela guerra pela…

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]:… pela rede social…

[Temer]: Tem razão.

[Joesley]:… e tal e coisa de golpe e tal. Mas, tudo bem, e aí, enfim, de lá pra cá eu vinha falando com o Geddel, enfim, e aí também não…

[Temer]: Deu aquele problema… Aquele idiota… foi confiar nos outros dá nisso.

[Joesley]: Bobagem.

[Temer]: Uma bobagem que eles fez, agora, sem consequência alguma…

[Joesley]: Não precisava daquilo.

[Temer]: E o cara aproveitou pra fazer um carnaval.

[Joesley]: Mas eu vinha falando com o Geddel, andei falando algumas vezes com o Padilha também, mas agora que o Padilha adoeceu, ficou adoentado, enfim, aí eu fiquei meio… falei “deixa eu ir lá pra dar uma… “. Queria primeiro dizer o seguinte: “tamo” junto aí, o que o senhor precisar de mim, viu, me fala.

[Temer]: Está bom, mas tem que esperar passar essa…

[Joesley]: Funciona super bem à noite, onze horas da noite, meia?noite, dez e meia, venho aqui, converso uns dez minutinhos, meia horinha, vou embora… Tá. Falar de outra coisa aqui. O Henrique, como é que você está com o Henrique?

[Temer]:  Tá muito bem. Tranquilo.

[Joesley]: Tá tudo bem?

[Temer]:  Quer dizer, ele concorda, não que vai acontecer isso aqui, mas ele faz o que eu […] muito bem.

[Joesley]: Ele é trabalhador. Ele é trabalhador.

[Temer]:  É trabalhador. […] o que essa gente fez com o Brasil é inacreditável. É inacreditável. Mas o Henrique vai muito bem comigo. Eu chamo ele pra trabalhar…

[Joesley]:  E ele gosta.

[Temer]: Ele gosta.

[Joesley]:  Ele gosta de trabalhar. Você não chama ele pra ir pra praia. Se você for pra praia e chamar ele, ih…

[Temer]:  Não tem graça.

[Joesley]:  Agora, se falar: “não, vamos trabalhar”. Eu tenho o Henrique como muito disciplinado, lógico, tenho uma relação ótima com ele. E eu tive assim, o não sei, eu já andei falando com ele alguns assuntos, conhecendo ele, ele é […] pra caramba, né, presidente? Um dia eu falei com ele. […] e tal e ele: “aquilo lá, não, faz as coisas e tira fora”. “Mas não é você que manda nessa merda?” “Não, aquilo lá”…

[Temer]:  […].

[Joesley]:  Então, aí que eu quero… Um dia eu falei assim: “Henrique, precisa mexer na Receita Federal, porra. Tanto tempo aí.”. – “tenho um monte de coisa pra fazer”. “Ixe, não. Não posso mexer.”. Aí… BNDES. Não, BNDES é planejamento. Mas foi você que botou a Maria Silvia lá! Não, não, é do Jucá… É outro…

[Temer]:   […] ligou, acertou e tal. […]

[Joesley]:  Queria ter alguma sintonia contigo, pra quando eu falar com ele, ele não jogar “Ah não, o Presidente não deixa, não quer.”. Pô, Henrique, mas você é muito banana, você não manda porra nenhuma.”. [Risos] Aí eu falei com… […] aí era o… o Presidente do CADE ia mudar, mudou ou botou alguém aí.

[Temer]:  Já mudou.

[Joesley]:  Já mudou? Isso. Aí falei: Ei, pô, presidente do CADE. Ah, isso aí… Quero dizer o seguinte, resumindo, eu também não sei se é hora de mexer em alguma coisa, porque dentro do contexto geral, também não quero importunar ele, também… se eu for mais… que eu trabalhei com ele quatro anos, se for mais firme nele “pô, Henrique, tem que…”  eu acho que ele… acho que ele corresponde.

[Temer]:  Ele, você sabe, […] maiores […], a vinda dele pra mim, foi por você.

[Joesley]:  Isso. Até voltando um pouco, ao Carlos Eduardo, na época… “Ó, briguei lá, tal… Ó, agora tem que ver se…”, enfim, tudo bem, aí ele, uns quinze dias antes dele…, o Eduardo, aí ele veio e deu uma cobradazinha em mim. “Ó, agora tenho que trabalhar, né, e não sei o que e tal”. “Eduardo, não é assim também, espera aí, não é assim não.”. “Ah, mas puta que pariu.”.

[Temer]:  Aí deu no que deu.

[Joesley]:  Aí deu no que deu. Aí eu falei: “Eduardo… – Uns quinze dias antes – Eduardo, não é assim, não, espera aí.”. “Não, pô, você tá com a Ferrari aí?”. Porque ele se referia, que ficou Fazenda, Banco Central… Banco Central perdeu status de Ministro, né? Pô, o Henrique ficou muito prestigiado, né? Mas espera aí, o Henrique também não vai sair fazendo […]. Queria só, não sei se eu… te dar um toque em relação a isso, em relação a… eu não sei o quanto eu vou mais firme no Henrique, o quanto eu deixo ele com essa pepineira dele aí e tal… Enfim.

[Temer]:  […]

[Joesley]:  Se ele jogar pra cima de você, eu posso bancar e dizer assim: Não, não, qualquer coisa eu falo com ele.

[Temer]:  […]

[Joesley]:  Pronto. Qualquer coisa… Ah, então. Lógico, lógico. Eu não vou falar nada descabido. Agora, esse presidente do CADE […] falei com ele: “Henrique, é importantíssimo ter o Presidente do CADE ponta firme.”.

[Temer]:  […]

[Joesley]:  Já foi. Já foi. Em Janeiro agora. Eu falei pra ele. Ele já foi nomeado Presidente.

[Temer]:  Tem que ter uma conversa franca.

[Joesley]:  Não sei, então, talvez… Por exemplo, agora tá o Presidente da CVM pra trocar, não trocar… É outro lugar, é fundamental. E aí, queria assim…

[Temer]:  Você poderia falar com ele.

[Joesley]:  Mas é que se eu falar com ele e ele empurra pra você, eu poder dizer: “não, não, não, espera aí”.

[Temer]:  Pode fazer.

[Joesley]:  Só isso que eu queria ter esse alinhamento, pra gente não ficar… E pra ele perceber que nós estamos…

[Temer]: […]

[Joesley]:  Mas quando eu digo de ir mais firme no Henrique é isso. Falar: Henrique, porra, mas você vai levar? Você vai fazer isso? Vô. Então tá bom. Então que ele venha. Pronto, é só esse alinhamento só que eu queria ter…

[Temer]:  Pode fazer isso.

[Joesley]:  E todos, em termos assim mais amplos, assim, genéricos… Quando eu falar um negócio, bom, pelo menos vai, consulta lá, vê. O negócio do BNDES lá, da operação, Geddel me falou que teve todo empenho…

[Temer]: […] não sei exatamente quem […] e eles queriam que […]

[Joesley]:  Não deu de um jeito, mas deu do outro, então, tá, e deu certo.

[Temer]: […] eu chamei e ela veio me explicar. Daí […] mas nós fizemos de outro jeito e deu certo. Então ela…

[Joesley]:  É, o BNDES está bem travado. Esse negócio do BNDES é outra. […] influência […] E Maria Silvia está falando com quem? Parece que tá problemático, viu?

[Temer]: […]

[Joesley]:  Então.

[Temer]:  […] eu não sei porque tem dois servidores lá que estão com os bens indisponíveis […] os caras não podem mexer e por isso eles estão com medo de mexer em qualquer coisa. Está com uma verba lá de 150 bilhões. […]

[Joesley]:  É isso que eu quero. Se ele escorregar eu digo ó, consulta lá.

[Temer]:  Consulta o presidente.

[Joesley]:  Consulta e me fala. Tá bom. E Geddel, você tem visto ele?

[Temer]:  Falei com ele hoje por telefone. Mas ele […]

[Joesley]:  Ah, é? E ele? Exatamente. O Lula vai voltar? Como é que vai ser as eleições em 2018?

[Temer]:  Não sei. Está desempenhando como nunca […] está ruim, realmente está ruim, está pesado, está quebrada a economia etc. etc., mas eu acho que quando melhorar bem a economia […].

[Joesley]:  Com certeza. Casa que falta pão não tem União. Não é assim? Não tem nenhum remédio melhor do que as coisas bem financeiramente… Todo mundo acalma, todo mundo… E no TSE, como é que está?

[Temer]:  O negócio tá com o Herman Benjamin agora. Um troço meio maluco, não consigo […] primeiro que eu acho que não passa negócio da minha cassação, não passa, porque eles têm uma consciência política ‘porra, mais um presidente’. Primeiro. Segundo, […]. Terceiro, caso tenha a procedência da ação, não perco os direitos políticos e uma procedência tem recurso no Supremo e até aí já terminou o mandato. […]

[Joesley]:  Então tá bom. Puta que pariu…

[Temer]:  Os aborrecimentos que você tá tendo também, né?

[Joesley]:  É duro, Presidente, pelo seguinte. Igualzinho o senhor aqui também, a gente fica equilibrando os pratos. Nós não temos só isso. Tem a empresa, tem o concorrente, tem os Estados Unidos, tem o dia a dia, tem a empresa, e isso de repente tem que parar por conta de resolver coisa… Eu falo lá pro Procurador, eu digo “Dr. Procurador, o senhor quer me investigar, não tem problema. Mas não fica dando solavanco, não. Não fica… sabe, dando solavanco e fazendo medidas… escancaradas, divulgando pra imprensa… Doutor, é o seguinte, eu posso estar certinho, mas eu vou chegar lá morto de tanto solavanco que o senhor vai me dar, se estiver 100% certo, eu morro. Para com isso.”. Da última vez eu falei: “faz um favor pra mim, me denuncia de alguma coisa”. E ele disse: “Mas não tenho nada pra denunciar”. “Então inventa. Para, porque eu não aguento. Se o senhor ficar desse jeito, o senhor vai me quebrar.”. Puta que pariu. E eu sei que o seguinte… Mas tudo bem. Nós somos do couro grosso, né? Vamos lá.

[Temer]: Vai passar. Vai passar. Não vai ficar a vida toda assim, né?

[Joesley]:  Tem… Como se diz, tendo os pés no chão, também, passar vai passar. Tá faltando, talvez, presidente, quando estava ali falando da anistia, o negócio da autoridade… a gente tinha uma coisa objetiva pra lutar pelo que, né, não? Ó, estamos lutando, trabalhando… a gente tinha que pensar o quê? […] esses meninos eles não têm juízo. Não para. Vão ficar… Pum, pum, pum… Porque um delata um, que delata o outro, que delata um, que delata o outro… Delação com a verdade, não precisa provar nada. E você sabe de um negócio, que é o seguinte, eu até perdoo o… já teve uns quatro, cinco que delatou nós. Coisa estapafúrdia. Aquele Sérgio Machado, nunca vi esse cara na vida. Eu vi o vídeo. Eu fiquei pensando… que fala assim: Fala aí da JBS. Não, não tenho nada. Ah, mas então vai preso. Então não vai embora. Não, não conheço esse povo. Não, lembra… senão não fecho. Eu vi o vídeo, o pobre coitado do Sergio Machado que eu não conheço. Ele comemorando o último capítulo, era o JBS. Então fala o JBS. Aí ele decorou, leu um papelzinho lá, tal, tal, tal… Quando acabou: ah, acabou… Tá no vídeo.

[Temer]:  O Sérgio Machado?

[Joesley]:  É. Falando de JBS. Nós nunca passamos perto da Petrobras, da… Transpetro. Nunca vi esse Sérgio Machado na vida, nem ele, nem os filhos dele, nada. Mas o Procurador viu… Fala, senão… Fala. Lembra de alguma coisa. Qualquer coisa. Aí o cara… Ah…

[Temer]: Se pudesse degravar […]

[Joesley]:  Eu fico imaginando, teve um menino, numa dessas operações, que estava preso, ele contando, ele teve que falar alguma coisa nossa. Ele contando, dá dó do cara. Falou: Gente, vocês não sabe. Eu fiquei quinze dias humilhado na cadeia, porque não tinha nada pra falar de vocês. Aí foi, foi, foi… eu falei. Você olha pro cara… De tudo que aconteceu conosco até agora, tem só um tal do PIC, que é procedimento investigativo criminal. Não tem nada, não tem uma prova, não tem um dinheiro meu no exterior que eu depositei, não tem uma… E no dia que aconteceu eu estava nos Estados Unidos. Eu liguei pro meu advogado, o que é isso? Ele também não sabia, é criminalista. Não, o delegado disse que não precisa se preocupar… É um PIC, procedimento Investigativo criminal. Só um procedimento investigativo. Tá bom. Meia hora falou ó, bloqueou as contas. Passou mais meia hora, ó, os bens estão bloqueados. Que coisa que não é problema? Passou mais meia horinha… Estão recolhendo os passaportes. Não pode viajar. Tá louco? Daqui a pouco… Ué? Procedimento investigativo tu é preso. Foi onde corri lá no Procurador, dei um seguro garantia de um bilhão e meio… Pronto, resolveu meu problema. Imagina se eu não consigo fazer um negócio desses? É muito desproporcional. Então, eu acho, Presidente, assim, tem que criar… não sei o que também, alguma agenda, alguma coisa. Eu estava lendo PSDB, né, esse choque aí. Agora estão se mexendo, dizendo: Não, não sei o que… […]

[Temer]:  […] e daí começa a dar solução.

[Joesley]:  Não vou tomar mais seu tempo não. Obrigado.

[Temer]: Bom te ver aí, viu.

[Joesley]: Adorei te ver. Nós estamos combinando o seguinte, ó, primeiro, precisando de alguma coisa a gente se fala.

[Presidente Temer]:  Obrigado.

[Joesley]:  Segundo, estamos lá nos defendendo. Terceiro, o negócio do Henrique, ótimo. E, enfim, se surgir alguma novidade… e se for urgente, eu…

[Temer]: […]

[Joesley]:  Eu gostei desse jeito aqui. Eu vim dirigindo, nem vim com motorista, eu mesmo dirijo.

[Temer]: […] Rodrigo se identifica lá.

[Joesley]:  Eu tinha combinado de vim com ele.

[Temer]:  Ah, você veio sozinho?

[Joesley]:  Eu vim sozinho, mas eu liguei pra ele era dez e meia, até por isso que atrasei cinco minutinhos. Aí deu nove e cinquenta mandei mensagem pra ele. Ele não respondeu, deu dez e cinco eu liguei. Cadê? Puta, eu tô num compromisso aqui, vai lá, fala… Eu passei a placa do carro e fui chegando e eles abriram, nem dei meu nome. Fui chegando, viram a placa do carro, entrei… funcionou superbem. O senhor vai mudar pro outro [Palácio do Alvorada]?

[Temer]:  Eu mudei pro outro e fiquei uma semana lá […] Primeiro, tem lá embaixo, né?

[Joesley]:  Conheço, conheço, o térreo.

[Temer]:  Em cima, partindo da parte debaixo, então tem oito, dez dormitórios, tem cozinha, tem massagem […] e eu não consegui dormir […]. Falei: vamos voltar. E ela foi pra Bahia três dias e da Bahia daí não aguentei. […]

[Joesley]:  É muito frio, aqueles vidrão… Como é que a Dilma aguentava ficar sozinha lá? Bom, deixa eu ir embora. Já é tarde.

[Temer]:  Mas você tá bem disposto, né, Joesley?

[Joesley]:  Tô bem. Deixa eu pegar…

[Temer]:  Você emagreceu.

[Joesley]:  Emagreci. Estou me alimentando bem. Comendo mais saudável. Mas não é comendo pouco, não. Tô comendo bastante. Mas coisa mais saudável. Menos doce, menos industrializado…

[Temer]: […]

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