Por impacto menor, hidrelétricas na Amazônia foram reduzidas, diz Tolmasquim

Segundo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), houve diminuição da potência projetada para usinas nos rios Madeira e Xingu para garantir sustentabilidade

Maurício Tomalsquim é presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE)(Foto: José Cruz/ Agência Brasil)

São Paulo – O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, afirmou nesta segunda-feira (22) que as usinas hidrelétricas nos rios Madeira e Xingu tiveram seus projetos iniciais modificados para diminuir impactos socioambientais. Segundo ele, optou-se por reduzir o potencial energético das usinas para garantir a sustentabilidade da região.

Em evento promovido pela revista CartaCapital, com o tema: “Hidrelétricas: as necessidades dos País e o respeito à sustentabilidade”, Tolmasquim afirmou que, originalmente, seria apenas uma usinas no rio Madeira. A decisão do governo foi de dividir o empreendimento em dois, instalando um complexo com as unidades de Jirau e Santo Antonio. Tolmasquim assegurou que a separação foi feita para evitar parte dos impactos locais.

Ainda segundo o presidente da EPE, a construção da usina de Belo Monte também sofreu alterações no projeto. Ele afirma que Belo Monte está sendo feita sem reservatório para evitar grandes alagamentos no Rio Xingu. “Para evitar impactos, a gente está fazendo usina que, do ponto de vista energético, nós não faríamos”, afirmou Tolmasquim. Segundo ele, os ajustes significaram diminuição da potência oferecida.

Ele considera que as obras se tornaram viáveis pois os valores pagos por quilowatt/hora ainda devem ser mais baratos do que outras opções disponíveis. “Apesar da dor no coração de perder a capacidade total de geração de energia, vamos continuar com usina de fio d’água para garantir a união da geração de energia com a proteção socioambiental”, afirmou o presidente da EPE.

A usina de Belo Monte terá potência de 11,2 mil megawatts, o que fará dela a terceira maior do mundo, atrás de Itaipu (divisa do Brasil com Paraguai) e Três Gargantas (China). “A principal missão de Belo Monte é desenvolver a região, a segunda é preservar o meio ambiente – aquela região tem uma área com desmatamento crônico – e o terceiro é a energia elétrica”, defendeu Tolmasquim.

Renovação de concessões

Sobre a renovação sem novo edital de licitação das concessões das usinas do setor elétrico, Tolmasquim defendeu a opção é reduzir tarifas para o consumidor. A Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) lançou, na semana passada, campanha contra a medida. As unidades “amortizadas”, cujo investimento foi compensado por anos de geração de energia, permitiriam preços mais baixos porque as empresas não precisam mais buscar recuperar o montante aplicado.

Os empresários discordam do governo. A campanha promovida pela Fiesp tem a inteção de mobilizar a população contra renovação de concessões sem licitação. Segundo os empresários, se fossem realizados novos leilões, haveria mais espaço para redução de tarifas, especialmente para grandes consumidores.