São Paulo – Antes de se tornar presidente do Chile, o então candidato Sebastián Piñera defendia as mesmas mudanças na educação do país que agora motivam milhares de estudantes chilenos a tomar as ruas em grandes atos públicos e enfrentar forte repressão policial. 

Causou grande repercussão nesta quarta-feira (31) a reprodução nas redes sociais de um recorte de jornal em que se lê declarações do candidato à época recentemente derrotado na disputa contra Michelle Bachelet. Na matéria, Piñera apoiava a chamada Marcha dos Pinguins, de 2006, organizado por estudantes secundaristas, por melhoras no modelo educacional do Chile. As informações são da agência de notícias independente Adital.

“Creio que é preciso saber escutar os estudantes. Prefiro mil vezes os secundaristas se levantando contra a má qualidade da educação, que nos condena à desigualdade e à injustiça, do que vê-los indiferentes ao que acontece no país”, dizia.

Muito diferente de sua postura atual, quando não promove as transformações que defendeu, e ainda reprime com truculência as mobilizações promovidas pelos estudantes e apoiadas por diversos setores da sociedade civil organizada, além de políticos de oposição.

Ainda pior

Além da entrevista reproduzida, outras declarações de Piñera um vídeo, igualmente de 2006, está constrangendo o presidente, por mostrá-lo condenando as medidas tomadas pelo governo Bachellet para contornar a crise educacional.

Para ele, era necessário uma mudança sistêmica. O vídeo, muito difundido pela Confech (Confederação dos Estudantes do Chile), mostra Piñera afirmando que ele e sua coalizão acreditavam em um novo modelo que garantisse a gratuidade nas escolas públicas e nas particulares que recebem recursos governamentais.

Confira o vídeo: