Servidores da saúde voltam ao trabalho em São Paulo, mas mantêm estado de greve e cobram negociação

Para dirigente, proposta do governo representou 'um passo, mas muito capenga'

São Paulo – Servidores estaduais da saúde de São Paulo decidiram, em assembleia nesta sexta-feira (17), voltar ao trabalho após 48 horas de paralisação, mas se mantêm em estado de greve. Proposta do secretário Giovanni Cerri, sobre reestruturação do plano de carreira da área técnica, foi considerada “evasiva” pelos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado (SindSaúde-SP) por não incluir a área administrativa nem apresentar índices de reajuste para os servidores, que pedem 26% de aumento.

O documento do governo estadual sustenta que a intenção da Secretaria da Saúde, após a mesa de negociação, é revisar, no segundo semestre, o plano de carreira da área técnica e a lei complementar que abrange o setor, convocando os representantes da categoria para reunião na próxima terça-feira (21). Caso o projeto de lei seja aprovado pelos trabalhadores, será encaminhado para a Assembleia Legislativa.

A estratégia definida em assembleia leva em conta o recesso da Assembleia em julho, que impediria o projeto de ser aprovado. A proposta foi considerada uma manobra do governo para adiar qualquer avanço. Se for necessário esperar até agosto, seria mais de um mês de mobilização, o que dificultaria a unidade do movimento grevista. Por isso, uma assembleia foi convocada apenas para 1º de julho, para debater possíveis progressos da campanha.

O presidente do SindSaúde, Benedito Augusto da Silva, ponderou que, mesmo em estado de greve, o calendário de luta continua em assembleias no local de trabalho. “Aqui ninguém é tonto para acreditar em nada. Foi dado um passo, mas muito capenga ainda”, disse o dirigente. Silva garantiu que, na próxima reunião, irá avaliar os detalhes do projeto do governo e cobrar atenção aos funcionários administrativos. “A gente não quer só reestruturação, quer índice de aumento.”

Segundo a organização, cerca de 600 funcionários do Hospital das Clínicas, Emílio Ribas, Centro de Referência da Saúde da Mulher, Darcy Vargas, Hospital do Mandaqui e de Heliópolis – além de caravanas de servidores de hospitais de Bauru, Sorocaba, Lins, Assis e Presidente Prudente – compareceram ao local e realizaram passeata após a assembleia.

Eles reivindicam, além do reajuste e da reestruturação do plano de carreira, aumento no vale-refeição, redefinição para o prêmio de incentivo, extinção da política de bônus, proteção à saúde do trabalhador, licença-maternidade de 180 dias para todos os regimes de contratação, entre outros. A data-base da categoria é 1º de março.

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