Combate à inflação dos alimentos deve ser de longo prazo e priorizar pequeno produtor, dizem entidades

Brasília – Diante da volatilidade dos preços dos alimentos, a tendência dos países da América Latina é adotar medidas de curto prazo para conter a inflação e deixar de lado […]

Brasília – Diante da volatilidade dos preços dos alimentos, a tendência dos países da América Latina é adotar medidas de curto prazo para conter a inflação e deixar de lado ações com foco no produtor e na estrutura agrícola. É o que constatou um estudo da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (Iica).

“As respostas dos países da região à volatilidade dos preços agrícolas têm traços em comum: os governos tendem a intervir mais quando os preços sobem do que quando baixam, ou seja, dão relativamente mais importância à inflação e ao consumidor que ao produtor e à estrutura produtiva agrícola. Em termos gerais, as medidas têm se concentrado a curto prazo e com menos atenção aos problemas estruturais”, disse o boletim sobre volatilidade de preços nos mercados agrícolas da região, divulgado na quarta-feira (2).

De acordo com o estudo, as ações mais adotadas para conter alta dos preços dos alimentos são restringir as exportações, fixar preços, eliminar tarifas, intervenções governamentais nos mercados e acordos entre governo e o setor privado.

As três organizações recomendam que os latino-americanos e caribenhos adotem planos de longo prazo que visem a resolver problemas estruturais e com foco nos pequenos produtores, pois essas iniciativas “reduzem significativamente a vulnerabilidade dos países à volatilidade dos preços”.

“Para lidar com a volatilidade dos preços não existem fórmulas universais. Sugere-se, no entanto, encontrar um equilíbrio entre as medidas de emergência tomadas no curto prazo e os cuidados com possíveis problemas estruturais no longo prazo, aumentar a produção agrícola nacional, com ênfase nos pequenos produtores, uma vez que têm grande potencial para incrementar a produção de alimentos e melhorar a segurança alimentar nos níveis familiar, local e, inclusive, nacional”, afirmou o boletim.

A FAO informou que os preços globais dos alimentos alcançaram patamar recorde desde 1990, quando a organização iniciou a série histórica. O índice da FAO registrou 236 pontos em fevereiro, 2,2% maior em comparação à janeiro. Foi a oitava subida consecutiva dos preços mundiais das commodities alimentícias. Com exceção do açúcar, todos os outros grupos de alimentos apresentaram aumento de preço.

Fonte: Agência Brasil

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